ATA DA SEPTUAGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM
03-9-2007.
Aos três dias do mês de setembro do ano
de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio
Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a
chamada, respondida pelos Vereadores Carlos Comassetto, Carlos Todeschini,
Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen,
Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza, Mario
Fraga, Maristela Maffei e Newton Braga Rosa. Constatada a existência de quórum,
a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni,
Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal,
Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Márcio Bins Ely, Maristela
Meneghetti, Mauro Pinheiro, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos,
Professor Garcia, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram
encaminhados: pelo Vereador Claudio Sebenelo, os Projetos de Lei do Legislativo
nos 150/06 e 184/07 (Processos nos 3559/06 e 6265/07,
respectivamente); pelo Vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 182/07 (Processo nº 6189/07); pela Vereadora Maria Luiza, os
Projetos de Lei do Legislativo nos 125 e 150/07 (Processos nos
4281 e 4780/07, respectivamente), a Indicação nº 123/07 (Processo nº 6661/07) e
os Pedidos de Providência nos 3597 a 3621/07. Do EXPEDIENTE,
constaram os Ofícios nos 071, 471, 738, 828 e 2843/07, do Fundo Nacional
de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, o Vereador João Carlos Nedel formulou
Requerimento verbal, deferido pela Senhora Presidenta, solicitando alteração na
ordem dos trabalhos da presente Sessão. Também, foram apregoados os Memorandos
nos 284 e 288/07, firmados pela Vereadora Maria Celeste, Presidenta
da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio dos quais Sua Excelência informa
as Representações Externas, respectivamente: da Vereadora Margarete Moraes, no
dia primeiro de setembro do corrente, na solenidade de abertura da 6ª Bienal de
Arte Visuais do Mercosul, às dez horas, no Cais do Porto, em Porto Alegre; da
Vereadora Clênia Maranhão, hoje, no Fórum do Movimento “Mulheres da Verdade”,
no Centro de Estudos Estratégicos Avançados do Centro das Indústrias do Estado
de São Paulo – CIESP –, em São Paulo – SP. Em continuidade, foi iniciado o
período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso do
septuagésimo aniversário da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do
Sul – FIERGS –, nos termos do Requerimento nº 077/07 (Processo nº 3707/07), de
autoria do Vereador Newton Braga Rosa. Compuseram a Mesa: a Vereadora Maria
Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Paulo
Gilberto Fernandes Tigre, Presidente da Federação das Indústrias do Estado do
Rio Grande do Sul – FIERGS –; o Coronel Almir de Oliveira, representando o V
Comando Aéreo Regional – COMAR. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Newton Braga Rosa
homenageou a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul pelo seu
septuagésimo aniversário, atentando para a colaboração dessa entidade no
desenvolvimento econômico e social do Estado e do País. Nesse contexto,
destacou a relevância da instituição ora homenageada no processo de crescimento
e fortalecimento de empresas gaúchas voltadas à informática e à tecnologia. Na
oportunidade, a Senhora Presidenta registrou as presenças, neste Plenário, dos
Senhores Paulo Schüller Maciel, Secretário Substituto da Secretaria Estadual da
Ciência e Tecnologia; Israel Marins Tevah e Arildo Bennech Oliveira, Diretores
da FIERGS; Henrique Vontobel, Presidente do Sindicato das Indústrias da
Alimentação do Estado do Rio Grande do Sul –SIA/RS –; Paulo Ronei Reali,
Presidente da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul – SERGS –; Julio
Cezar Caspani, representando a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Rio
Grande do Sul – OAB/RS –; Luís Canabarro Cunha, representando a Companhia de
Processamento de Dados do Município de Porto Alegre – PROCEMPA –; Jaime Wagner,
Diretor da Associação Riograndense dos Provedores de Acesso, Serviços e
Informações da Rede Internet – INTERNETSUL –; José Zortéa, Diretor Regional do
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial no Estado do Rio Grande do Sul –
SENAI-RS –; Edison Danilo Massulo Lisboa, Superintendente Regional do Serviço
Social da Indústria no Estado do Rio Grande do Sul – SESI-RS –; e José Antonio
Antonioni, Diretor Superintendente da Associação Sul-riograndense e Apoio ao
Desenvolvimento de Software – SOFTSUL. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Carlos
Comassetto afirmou que o conceito de desenvolvimento sustentável tem pautado as
políticas atualmente praticadas no Brasil, frisando que projetos dessa ordem
devem ser efetivamente realizados e cobrados pela sociedade. Nesse sentido,
ressaltou a responsabilidade do setor secundário da economia nesse processo,
verificada por meio da quantidade de postos de trabalho e inovações tecnológicas
que as indústrias proporcionam à população. O Vereador Claudio Sebenelo, referindo-se
à importância do índice de industrialização na avaliação do grau de desenvolvimento
de um país, salientou a contribuição da Federação das Indústrias do Estado do
Rio Grande do Sul e das demais entidades integrantes do Sistema FIERGS para a
evolução social e econômica do Brasil. Sobre o tema, asseverou que, ao promover
o crescimento econômico do Rio Grande do Sul, a FIERGS proporciona, também,
melhorias em todos os serviços oferecidos à população. O Vereador Luiz Braz
manifestou sua satisfação em homenagear a Federação das Indústrias do Estado do
Rio Grande do Sul, expressando admiração pela grandeza e relevância dessa
instituição. Além disso, enalteceu a concessão, pelo ex-Governador Antonio
Britto, de incentivos fiscais para grandes empresas que desejavam se instalar
no Rio Grande do Sul, argumentando que essa medida possibilitou o
fortalecimento tanto da economia do Estado quanto da FIERGS. O Vereador João
Carlos Nedel, pronunciando-se acerca da necessidade de trabalho e dedicação
para que os objetivos de uma entidade sejam alcançados, exclamou que a FIERGS
reúne os recursos materiais e humanos que, segundo Sua Excelência, são
imprescindíveis para o crescimento econômico e social do Rio Grande do Sul.
Ainda, historiou a evolução da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande
do Sul desde sua criação e grifou o número de sindicatos e empresas que ela
representa. O Vereador Dr. Raul declarou ser uma grande honra prestigiar os
setenta anos da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul,
justificando que essa entidade representa a modernidade e não atende somente
interesses econômicos, mas busca também a integração com a área social. Nesse
contexto, ressaltou a importância de ações em prol da população, envolvendo o
empresariado e os governos, destacando que a FIERGS tem participação ativa
nessa área. Após, a Senhora Presidenta registrou a presença, neste Plenário, de
alunos e das Professoras Lucila Rezende e Eliete Souza e Silva, do Colégio Mãe
de Deus, que comparecem à Câmara Municipal de Porto Alegre para participar do
Projeto Plenária
do Estudante, coordenado pelo Memorial desta Casa. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador José Ismael Heinen saudou a iniciativa do Vereador Newton
Braga Rosa em homenagear os setenta anos da FIERGS, opinando que falar dessa
Federação é reconhecer o sucesso empreendedor, a ousadia, persistência e
dedicação dos empresários gaúchos para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul.
Ainda, posicionou-se favoravelmente à implementação de uma Reforma Tributária
no País, como forma de incentivar o crescimento econômico brasileiro. O Vereador
Elói Guimarães refletiu acerca do papel da indústria no processo de crescimento
do Brasil, enfatizando que a FIERGS representa uma das pontas desse processo,
especialmente porque essa entidade tem a responsabilidade de tornar visível às
autoridades federais a importância do Rio Grande do Sul para o conjunto da economia
nacional. Sobre o tema, enfocou a necessidade de se resgatar o desenvolvimento
gaúcho, juntamente com a solução dos problemas sociais. Em prosseguimento, a
Senhora Presidenta concedeu a palavra ao Senhor Paulo Gilberto Fernandes Tigre,
que, em nome da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul,
agradeceu a homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Às
quinze horas e trinta minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às quinze horas e trinta e cinco minutos, constatada a
existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Carlos Todeschini questionou
ações da Empresa Pública de Transporte e Circulação, como a retirada de
lombadas eletrônicas de vias da Cidade, e afirmou que fiscais de trânsito estão
sendo orientados a aumentar a quantidade de multas emitidas. Ainda, criticou a
gestão dos serviços públicos de saúde do Município e o pronunciamento do
Vereador Luiz Braz, em Comunicações, acerca da concessão de incentivos fiscais
a empresas que se instalaram no Estado. A seguir, foi realizada a apresentação do audiovisual “Cenas da História
do Legislativo Municipal”, com imagens cedidas pelo Grupo RBS -
Rede Brasil Sul de Comunicação. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Claudio
Sebenelo teceu críticas ao Governo Federal e contestou exaltação à ética do Partido
dos Trabalhadores, efetuada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o
III Congresso Nacional do PT, encerrado no dia dois de setembro do corrente.
Além disso, parabenizou a Mesa Diretora dos trabalhos pelos eventos programados
para assinalar o transcurso dos duzentos e trinta e quatro anos da Câmara
Municipal de Porto Alegre. Após, a Senhora Presidenta informou que o Frei Osmar
Otávio Júnior, Pároco da Paróquia Nossa Senhora de Belém, inscrito para
pronunciamento em Tribuna Popular no dia de hoje, não pôde comparecer devido a
problemas de saúde, tendo enviado como seu representante o Senhor Clemente
Viscaíno. Ainda, a Senhora Presidenta convidou todos para a Festa da Padroeira
Nossa Senhora de Belém, que ocorrerá no dia seis ao dia nove de setembro do
corrente. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador Mario Fraga divulgou atividades que integram a Festa da Padroeira
Nossa Senhora de Belém, no Bairro Belém Novo, mencionando que esta festividade
foi incluída no Calendário Oficial de Eventos do Município a partir de Projeto
de Lei de autoria do Vereador Carlos Comassetto. Igualmente, lembrou a aprovação,
por esta Casa, do Projeto de Lei do Legislativo nº 214/06, de sua autoria, que
institui a Semana de Belém Novo. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria
do Vereador Almerindo Filho, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no
dia de hoje, tendo a Senhora Presidenta declarado empossado na vereança o
Suplente Mauro Pinheiro, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de
Constituição e Justiça. Na ocasião, foi apregoada Declaração firmada pelo
Vereador Adeli Sell, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento do
Suplente Gerson Almeida em assumir a vereança no dia de hoje, em substituição
ao Vereador Almerindo Filho. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Luiz Braz
convidou todos para a entrega do Troféu Solidariedade, no dia quatorze deste
mês, nesta Câmara. Ainda, aludiu à realização do Dia da Solidariedade, ontem,
na Ilha Grande dos Marinheiros, e analisou Lei Municipal que institui o Programa
Social Frente de Trabalho Voluntário. Finalizando, apoiou movimento empreendido
pelo Secretário Estadual da Segurança Pública, favorável à restrição dos
horários de venda de bebidas alcoólicas. Em PAUTA ESPECIAL, 5ª Sessão,
estiveram os Projetos de Lei do Executivo nos 016 e 017/07, discutidos pelos
Vereadores João Antonio Dib, Carlos Todeschini, Marcelo Danéris, João Carlos
Nedel, Guilherme Barbosa e Claudio Sebenelo. Na ocasião, o Vereador Adeli Sell
formulou Questão de Ordem acerca da necessidade de o orador da tribuna ater-se
ao assunto em discussão durante o período de Pauta. Também, foi apregoado o Memorando nº
291/07, firmado pela Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de
Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência informa a Representação Externa
dos Vereadores Aldacir Oliboni e Carlos Comassetto, hoje, na reunião da
Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembléia
Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, às quatorze horas e trinta minutos.
Ainda, foram apregoadas as seguintes Emendas, de autoria do Vereador Marcelo
Danéris: de nº 02, ao Projeto de Lei do Executivo nº 016/07 (Processo nº
6192/07); e de nº 01, ao Projeto de Lei do Executivo nº 017/07 (Processo nº
6195/07). Em
PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 017/07, discutido pelos Vereadores João Antonio
Dib e José Ismael Heinen, os Projetos de Resolução nos 069 e 073/07,
discutidos pelo Vereador José Ismael Heinen; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei
do Legislativo nos 237/06, 007/07, este discutido pelo Vereador
Claudio Sebenelo, e 152/07, este discutido pela Vereadora Maria Luiza e pelos Vereadores
José Ismael Heinen e Márcio Bins Ely. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Adeli
Sell defendeu a gestão do
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, avaliando
recursos do Governo Federal liberados para o Rio Grande do Sul e verbas devidas
a Porto Alegre pelo Governo Estadual. Além
disso, criticou a qualidade dos serviços públicos a que têm acesso os
porto-alegrenses e abordou Projeto a ser enviado à Casa pelo Governo Municipal,
para revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto
Alegre. O Vereador Luiz Braz discorreu sobre a arrecadação e distribuição dos
recursos provenientes de tributos, sustentando que os repasses feitos pelo
Governo Federal aos Municípios não são nenhum favor, e sim recursos públicos
aos quais o povo tem direito. Ainda, debateu as acusações que pesam sobre políticos
do Partido dos Trabalhadores, relativamente ao desvio de dinheiro do erário, e,
finalizando, criticou as indenizações pagas a dissidentes políticos do Regime
Militar que governou o Brasil. O Vereador João Antonio Dib replicou afirmações
feitas durante a presente Sessão pelo Vereador Adeli Sell, especialmente quanto
às obras da Avenida Baltazar de Oliveira Garcia e do Conduto Forçado Álvaro
Chaves, bem como à atuação do Secretário Municipal do Meio Ambiente e à
proposta do Governo Municipal para revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento
Urbano Ambiental, considerando essas críticas desnecessárias e impetuosas. A
Vereadora Maristela Maffei historiou a
trajetória do movimento sindical brasileiro após o ano de mil novecentos
e sessenta e quatro. Ainda, classificou
como perseguição política o Memorando-Circular nº 276/07, de autoria da
17ª Coordenadoria de Educação do Estado, que solicita relação dos participantes em protesto promovido no dia
nove deste mês pelo Centro
dos Professores do Estado do Rio Grande o Sul – Sindicato dos Trabalhadores em
Educação – CPERS/Sindicato. O Vereador
Professor Garcia exaltou a preocupação do Prefeito José Fogaça em reconhecer a
importância das parcerias com o Governo Federal e Estadual para as obras de
desenvolvimento da Cidade. Também, teceu considerações relativamente ao repasse
de recursos para o Rio Grande do Sul, em decorrência das exportações gaúchas, e
parabenizou o Supremo Tribunal Federal por ter indiciado suspeitos de
participação em desvio de dinheiro público no esquema conhecido como
“mensalão”. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Às dezoito horas e vinte e oito minutos,
os trabalhos foram regimentalmente suspensos para a realização de reunião conjunta
de Comissões Permanentes, sendo retomados às dezenove horas e vinte e quatro
minutos, constatada a existência de quórum. Às dezenove horas e vinte e cinco
minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados
os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da
próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelas
Vereadoras Maria Celeste e Maristela Meneghetti e pelos Vereadores Alceu
Brasinha, João Carlos Nedel e Aldacir Oliboni e secretariados pelos Vereadores
Alceu Brasinha e João Carlos Nedel. Do que eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será
assinada por mim e pela Senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Consulto a funcionária das Relações Públicas se
os participantes da Tribuna Popular já estão presentes?
(Resposta negativa da funcionária.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Então,
aguardamos a chegada do representante da Paróquia Nossa Senhora de Belém.
O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para um
Requerimento.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): Srª
Presidenta, solicito a inversão dos trabalhos, passando as Comunicações para o
primeiro lugar, para que seja homenageada a FIERGS pelos seus 70 anos.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Está acatado o
Requerimento de autoria do Ver. João Carlos Nedel, uma vez que os participantes
da Tribuna Popular ainda não se encontram presentes.
O Memorando nº 288 informa que a Verª Clênia
Maranhão estará representando esta Câmara Municipal no Fórum do Movimento
Mulheres de Verdade e Elas por Elas, em parceria com o Departamento de Estudos
Estratégicos Avançados do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo. O
evento será realizado na cidade de São Paulo.
Informo ainda que não haverá ônus para esta Casa
nessa representação.
O Memorando n° 284 informa que a Verª Margarete
Moraes representou a Câmara Municipal na abertura da 6ª Bienal de Artes Visuais
do Mercosul. O evento se realizou no dia 1º de setembro.
Passamos às
Hoje, este período é destinado a assinalar o transcurso do 70º aniversário da
Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul, nos termos do
Requerimento do Ver. Newton Braga Rosa.
Convidamos
para compor a Mesa o Sr. Paulo Tigre, Presidente da Federação das Indústrias do
Estado do Rio Grande do Sul - FIERGS -; o Coronel Almir de Oliveira, Chefe do
Estado Maior e representante do V Comando Aéreo.
Saudamos
a todos os senhores e senhoras Vereadoras, demais autoridades presentes que, ao
longo desta homenagem, nós citaremos, senhores representantes da imprensa,
senhoras e senhores.
O
Ver. Newton Braga Rosa, proponente desta homenagem, está com a palavra.
O SR. NEWTON BRAGA ROSA: Excelentíssima Presidenta da Câmara
Municipal de Porto Alegre, Verª Maria Celeste; Sr. Paulo Tigre, Presidente da
Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul - FIERGS; Coronel Almir
de Oliveira, Chefe do Estado Maior e representante do V Comando Aéreo; senhoras
e senhores Vereadores; demais autoridades presentes; senhores representantes da
imprensa; senhoras e senhores; empresários do setor de Informática, aqui
presentes, depois de ter preparado um discurso formal, eu gostaria de fazer
algo um pouquinho diferente, conforme o Júlio, da FIERGS, acaba de dizer; isso
é quase que um relato de um case. O Presidente da FIERGS, Sr. Paulo
Tigre, vai falar a respeito da história da casa. E eu gostaria de relatar um
pouco da experiência que vivi com alguns presentes aqui neste Plenário, hoje,
como experiência de afirmação do setor de Tecnologia no nosso Estado.
Na
década de 80, cerca de 25 anos atrás, tínhamos, no cenário nacional, um crônico
problema de divisas externas, e o Governo Federal elaborou algumas políticas
setoriais. Havia uma política específica para maior autonomia do País na área
de petróleo; uma outra, na área de material aeronáutico, inclusive tendo sido
gerada daí a Embraer; a outra, de material rodoferroviário; e, finalmente, o
quarto item na pauta de importações que mais pesava na balança comercial eram
produtos de informática. Os computadores, na época, eram gigantescos, e os
preços astronômicos. No Rio Grande do Sul, surgiu, então, a oportunidade de
engajar o Estado nesse esforço nacional de maior autonomia tecnológica na área
de computação. Dentro de um banco de desenvolvimento, chamado Badesul, fez-se
um programa de informática do Estado do Rio Grande do Sul, com a participação
do economista Antonio Lima, hoje em alta posição no Governo Estadual. Como
resultado desse esforço, criaram-se as condições, a moldura institucional para
o surgimento de vários novos empreendimentos, e eu vou citar somente alguns.
Não posso esquecer a Digitel, formada por professores da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, um deles Jaime Wagner, aqui presente; Gilberto
Machado, todos liderados pelo decano da área de Comunicação de Dados, Prof.
Juergen Rochol. Havia também a Parks, do Paulo Renato Ketzer Souza, uma empresa
que já havia se afirmado no mercado de sistemas de alarme para a área bancária.
A Parks dominava uma tecnologia de ponta na época; idem com relação à Digicon,
do nosso querido Joseph Elbling, e, no meio desse processo, entre outras
empresas como a Metrixer, do nosso amigo Júlio Camerini - que havia
desenvolvido o robô para pintura de peças de couro, o que, inclusive, gerou
reportagem no Jornal Nacional, e foi considerado o primeiro robô brasileiro na
época. Não posso esquecer a BCM, a CP Eletrônica, a Coester, a Digistar, na
época chamada Meta Telecomunicações. Nesse cenário, havia a Edisa, que
fazia parte de um programa do Governo Federal de instalar quatro empresas,
quatro grandes fabricantes de computadores aqui no Brasil. Como os outros
estavam em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, houve uma corrida, aqui no
Estado, para que nós sediássemos uma dessas empresas. O resultado foi a Edisa,
com o capital, na época, do Ioschpe.
A
Edisa era uma exceção. Na maioria das vezes, as empresas eram formadas por
jovens sonhadores, sem recursos, sem passado patrimonial; portanto, não tinham
como pegar financiamento em bancos, sem poder político e sem rede de
relacionamentos. Eram todos egressos, ou da UFRGS, ou da PUC, ou de algumas
universidades que, na época, começavam a fazer as primeiras pesquisas na área
tecnológica. Que problema havia? O Jaime Wagner me lembrou muito bem, hoje,
pela manhã: a política nacional de informática do Governo Federal, na época,
por volta de 1980, sofria fortes contestações, lideradas pela poderosíssima
FIESP. E, aqui no Estado, nós precisávamos ancorar as empresas emergentes, na
ordem de 30, 40 empresas, num porto seguro. E foi aí que, usando algumas
pessoas das embrionárias relações que nós tínhamos, conseguimos chegar na
FIERGS.
Vale
a pena destacar o nome do José Maria Kroeff, Presidente do Badesul; eu era
funcionário do banco desde 1981, conhecia o José Maria Kroeff, que possui um
sobrenome com alto trânsito dentro da FIERGS, pois o seu irmão havia sido
presidente da FIERGS. Havia também a Ana Maria Mandelli, minha colega da
Universidade, professora formada em Matemática, que participava da Diretoria da
Edisa, cuja família também estava relacionada à FIERGS. E, finalmente, o Paulo
Velhinho, mas eu não consegui rastrear qual relação nos aproximava do Paulo, a
não ser o fato de que o Júlio Cézar Camerini o conhecia pessoalmente. Baseados,
então, nessas pessoas, e após algumas manobras insistentes, conseguimos,
finalmente, em 1983, criar a Comissão de Informática da Federação das
Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul. A partir desse instante, a
tecnologia da informação e a FIERGS passam a caminhar juntas. Lembro ainda que,
em 1995, por indicação do Julinho, aqui presente, fizemos uma apresentação
sobre as potencialidades da Internet, lá no Salão Mercosul, já como resultado
dessa aproximação que havia. Os desdobramentos da associação da Informática com
a FIERGS aparecem no cenário do Estado do Rio Grande do Sul de várias formas.
Um dos desdobramentos improváveis foi a Nutec, porque a Edisa era uma fábrica
que não escrevia software - pelo menos era assim a divisão que havia na
época. E aí, alguns ex-funcionários da Edisa, inclusive o Ricardo Filizola,
mas, mais especificamente, o Sérgio Pretto e o Marcelo Lacerda, escrevem um
editor de texto que passou a ser colocado dentro de todos os computadores da
Edisa. Não preciso lembrá-los de que a conseqüência desse spin-off da
Edisa, que foi a Nutec, acabou se desdobrando no primeiro provedor de Internet
privada do Brasil; posteriormente, virou o Zaz, e hoje, provavelmente, os
senhores conhecem-no como “Terra”.
A Companhia Rio-Grandense
de Participações, também formada no âmbito da FIERGS, com a participação
decisiva do Prof. Ary Burger,
encontrou o seu espaço para fornecer capital de risco para as empresas
emergentes do setor.
Uma
outra conseqüência dessa aproximação foi a chegada do pessoal de informática na
Abinee. A Abinee, aqui do Estado do Rio Grande do Sul, em 1994, passou a ser
presidida pelo Carlos Porto; espero que não tenha ninguém da Abinee aqui para
ouvir, mas, daí para frente, todos os demais presidentes da Abinee foram da
área da Informática.
Lembro
também da participação decisiva da FIERGS na aprovação do Supersimples. A
mobilização empresarial aqui no Estado do Rio Grande do Sul foi liderada por
várias associações representativas do empresariado, e, lá na sede da FIERGS,
fez-se, em abril de 2005, o lançamento da Frente Empresarial para a Aprovação
da Lei do Supersimples, que acabou entrando em vigor há cerca de dois meses.
Mas
o setor deu a sua contrapartida. Quando a Federação estava envolvida com a
definição, junto com outras entidades, na Agenda 2020, o setor de tecnologia
esteve presente, e até hoje tem dado suas contribuições para aquilo que nós
acreditamos; é uma proposta madura, sensata, e que pode trazer para o Estado os
frutos e dividendos que todos nós, gaúchos, queremos.
Lembro
também de uma articulação feita na época, quando nós percebemos que seria
importante a existência de uma Secretaria de Ciência e Tecnologia. Mais uma
vez, contamos com o apoio da FIERGS para chegar às pessoas corretas. E lembro
também de um conselho recebido do Presidente da época, Luis Carlos Mandelli, de
que nós deveríamos colocar um político na Secretaria de Ciência e Tecnologia,
ou pelo menos trabalhar para que um político a assumisse. Aquilo parecia um
contra-senso, uma contradição; mas logo entendemos a razão daquele conselho, e
eu nunca mais esqueci isso e acredito, cada vez mais, na política como forma de
implementar aquelas coisas que são necessárias na nossa sociedade.
Uma
vitória importante foi a redução do ICMS, que nós conseguimos: a Lei nº 8.820,
em 1989, fez uma proposta atrevida de reduzir de 17% para 12% o ICMS dos
produtos de informática. Nós conseguimos, no estudo realizado no âmbito da
FIERGS, mostrar que, apesar da redução de alíquota, o faturamento, a receita em
impostos, aumentou. De forma que, mais tarde, no ano de 2003, repetimos a dose
e conseguimos fazer uma redução ainda mais significativa no ISS para serviços
de informática aqui dentro desta Casa, que acabou sendo aprovada por ser uma
forma de aumentar a arrecadação pela redução de alíquotas, confirmando que a Lei
de Lafer também vale para países abaixo do Equador.
Próximos
desafios: em 2007, nós estamos envolvidos com a aprovação de uma lei, aqui
dentro da Câmara de Vereadores, para a criação de um parque empresarial
tecnológico. A tecnologia de hoje, Dr. Paulo Tigre, precisa de ambientes mais
adequados. O Tecnopuc nos mostrou isso, mas Porto Alegre precisa e merece mais;
daí o envolvimento que nós estamos tendo, de criação do parque empresarial
tecnológico numa área próxima ao nosso Aeroporto.
Entre
as coisas maravilhosas que a FIERGS fez pelo setor, eu não posso esquecer uma
negociação complicada de um jovem empreendedor chamado João Argon. Na época,
esse jovem conseguiu fazer uma cabeça eletrônica para bombas de gasolina para
um fabricante multinacional, a Shell. Fez um protótipo, levou-o ao Rio de
Janeiro, e a Shell, imediatamente, contratou a elaboração de dez novas
unidades, que foram construídas e colocadas em postos de Porto Alegre, Manaus,
Rio de Janeiro, em diversas condições ambientais, para saber se o produto
resistia em campo. Quando nós esperávamos uma encomenda de 100 unidades, a
Shell fez uma encomenda de mil unidades. O João Argon, com a sua empresa
emergente, não tinha condições de atendê-la, aquilo significava um faturamento
superior a um milhão e meio de dólares, e, mais uma vez, o José Maria Kroeff e
a FIERGS ofereceram apoio, fizeram as articulações necessárias para conseguir
as garantias, de modo que essa operação acabasse vindo aqui para o Estado do
Rio Grande do Sul e criando uma empresa saudável, que existe até hoje. Um
conselho que o José Maria me deu, que eu jamais esqueci: na volta de uma viagem
ao Rio, quando eu estava preocupado porque achei que nós tínhamos revelado para
a Shell algumas informações que deveriam ser sigilosas, e ele me tranqüilizou,
dizendo o seguinte: “Newton, não te preocupes, não existem segredinhos em
grandes negócios, e, se existirem segredinhos, é porque não se trata de um
grande negócio. Esquece; o outro lado já sabia disso há muito tempo”. Eu
acredito que a política do futuro aponta também nesta direção, a direção da
transparência e do jogo aberto.
Neste
dia em que nós estamos aqui na Câmara de Vereadores, em nome dos nossos
Vereadores, dos 35 colegas que compartilham desta nova trajetória que eu estou
percorrendo, eu queria agradecer a FIERGS, em nome do setor de tecnologia, pelo
apoio que nós recebemos até hoje. Aquela casa acredita na contribuição da
tecnologia como fator de crescimento sustentado e inclusão social pelo
trabalho.
E,
para encerrar, eu gostaria de lembrar uma frase que eu vi escrita dentro da
Federasul e que, depois, eu a encontrei em uma placa de bronze dentro das
antigas instalações da FIERGS, aqui no Edifício Formac, contra uma parede de
madeira. Era um pensamento de A. J. Renner, Patrono da Indústria do Estado do
Rio Grande do Sul, que dizia o seguinte: “A qualidade será lembrada muito tempo
depois que o preço já for esquecido”. Já falei com várias pessoas da FIERGS e
parece que a placa se perdeu durante a mudança, mas, se houver alguma forma de
recuperá-la, eu acredito que ela é muito importante. Em época em que se fala em Programa de Qualidade
Total, em época em que se fala de globalização e mundo plano, eu acredito que a
qualidade, como filosofia de trabalho, sempre será vitoriosa. Muito obrigado
pela atenção. Espero que esta homenagem fique registrada como a retribuição do
setor de tecnologia e da Câmara de Vereadores ao magnífico trabalho
que a FIERGS vem desenvolvendo. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Quero
registrar a presença das seguintes autoridades que prestigiam esta homenagem:
Sr. Paulo Maciel, Secretário Substituto da Secretária da Ciência e Tecnologia;
Sr. Israel Marins Tevah, Diretor-Presidente da FIERGS; Sr. Arildo Oliveira,
Diretor do Conselho de Articulação Parlamentar da FIERGS; Sr. Henrique
Vontobel, Presidente do Sindicato da Indústria da Alimentação; Eng.º Paulo
Ronei Reali, Presidente da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul; Dr.
Julio Cezar Caspani, Chefe de Gabinete da Presidência da Ordem dos Advogados do
Brasil, Seccional do Rio Grande do Sul; Sr. Luís Canabarro Cunha, Assessor de
Relações Institucionais da PROCEMPA; Sr. Jaime Wagner, Diretor-Presidente da
Internet Sul e Federasul; Sr. José Zórtea, Diretor Regional do Senai; Sr. Edson
Lisboa, Diretor Regional do Sesi; José Antonioni, Presidente da Softsul. Muito
bem-vindos. Obrigada pela presença de todos os senhores e senhoras, nesta
homenagem.
O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra em
Comunicações.
O
SR. CARLOS COMASSETTO:
Exma Srª Presidenta da Câmara de Vereadores
de Porto Alegre, colega Verª Maria Celeste; Sr. Presidente da FIERGS, Paulo
Tigre; Sr. representante do V Comando Aéreo, Cel. Almir de Oliveira, Chefe do
Estado Maior; colegas Vereadores e Vereadoras; senhoras, senhores e demais
entidades presentes, quero cumprimentar o Ver. Newton Braga por trazer a esta
Casa a homenagem aos 70 anos da Federação das Indústrias do Estado do Rio
Grande do Sul.
Prezado
Presidente, Paulo Tigre, uma homenagem que se faz a uma instituição de
relevância como essa, numa casa política, é uma homenagem política para
refletirmos conjuntamente sobre os caminhos que estamos trilhando, pois o
Legislativo, mesmo atuando na esfera do Município, tem que estar presente no
olhar do Estado e nas referências da política nacional. É por aí que eu quero
começar o diálogo, em nome da minha Bancada, a do Partido dos Trabalhadores -
dos colegas Vereadores Aldacir Oliboni, Guilherme Barbosa, Margarete Moraes,
Carlos Todeschini, nosso Líder; Adeli Sell, Sofia Cavedon e Marcelo Danéris.
O
País, sem dúvida nenhuma, vive um novo momento, no que diz respeito a uma
orientação de desenvolvimento. O País está pautado, no mínimo, num conceito
universal, hoje, que buscamos qualificar e dimensionar todo dia, que se chama
“desenvolvimento sustentável”. Creio que um primeiro caminho já foi percorrido,
e o Presidente Lula, que esteve na sede da FIERGS, no último dia 24 de agosto,
afirmava que, entre várias conquistas estabelecidas, o Brasil, hoje com 160
bilhões de superávit, no que diz respeito à sua economia internacional, no
mínimo apresenta um novo patamar e se orienta para um novo momento de
investimento, que todos nós estamos chamando de PAC.
E
esse tema, nós, legisladores municipais, precisamos fazer refletir na cidade de
Porto Alegre, em conjunto e aliados a todas as instituições. Portanto, na
agenda que nós temos que percorrer no que diz respeito à Capital, o centro
econômico, deve constar, no mínimo, o ato de fazermos com que os projetos que
já estão aprovados, apontados, orientados, com recursos gravados, sejam
implementados o mais rapidamente possível. Isso começa com a ampliação do
Aeroporto, que vai dar uma capacidade de cargas de, no mínimo, mais 70%. Desde
2005, esta Casa se envolve e tem participado de todos os desbloqueios, e os
recursos hoje estão depositados, para, imediatamente, reassentarmos aquelas
2.500 pessoas das Vilas Dique e Nazaré. Além disso, há vários outros projetos a
respeito do Rio Grande do Sul, dos quais poderíamos falar, como é todo o
capital que está orientado para a zona sul do Estado, principalmente na
ampliação do porto de Rio Grande. Nós estamos falando desses dois projetos que
são portas de entrada e portas de saída daquilo que temos de mais rico, que é a
nossa produção.
Quando
falamos em produção, estamos falando, sim, de produção com distribuição de
renda. Aí, os empresários têm uma responsabilidade primordial nesse tema, mesmo
porque, no que diz respeito a empregos formais no Brasil, em 2003, geraram-se
645 mil empregos; em 2004, um milhão e meio; em 2005, em torno de 1,2 milhões;
em 2006, 1,26 milhões.
E
vejam os senhores e senhoras: até julho deste ano, já temos 1,2 milhões de
empregos formais; praticamente, a média dos últimos quatro anos já atingimos em
meio ano. Obviamente que o setor empresarial tem a sua responsabilidade diante
dessa nova dinâmica.
Aqui
em Porto Alegre, estamos para receber o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
e Ambiental; portanto, nessa agenda, no capítulo Desenvolvimento Econômico,
teremos de fazer diálogo com os senhores e as entidades que compõem o grupo
FIERGS, mesmo porque sabemos que, lá, há o grupo do Cientec que trata de
tecnologia, coordenado pelo Ricardo Filizola, que faz toda uma discussão, mas
onde iremos gravar o potencial para atrair novas empresas na tecnologia? Este
ano, construímos uma parceria, nesta Casa, com o aval da Presidência, e fomos a
Hannover para trazer a Feira de Hannover - o Ver. Newton Braga e eu,
representando o Legislativo Municipal, num colegiado. Logo depois, foi V. Sa.
na Feira das Indústrias, para trazermos para Porto Alegre, coordenado pelo
Antonioni, que está no plenário e que há poucos dias recebeu o Título de
Cidadão de Porto Alegre, oferecido por esta Casa.
Portanto,
essa convergência de esforços não está isolada, faz parte de uma conjuntura,
porque, mesmo com as contradições - que devemos ter -, quando temos uma mesa da
democracia, devemos explicitá-las. Portanto,
Sr. Paulo Tigre, receba, aqui, em nome do meu Partido, o Partido dos
Trabalhadores, os nossos cumprimentos. Felicitações ao Ver. Newton Braga Rosa
por esta homenagem.
Ainda
este ano, na revisão do Plano Diretor, queremos ter um diálogo com os senhores
e com todas as entidades aqui presentes, para acertarmos o rumo da retomada do
desenvolvimento de Porto Alegre, que é um rumo que, com certeza, os 36
Vereadores aqui se empenharão, junto com a sociedade, para avançar. Muito
obrigado, senhores e senhoras. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra em Comunicações.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO:
Boa-tarde a todos, um grande abraço ao Dr. Paulo Tigre, querido amigo e grande
incentivador desse processo de resgate do Rio Grande do Sul; ao meu caro
representante da Aeronáutica. Eu queria que se incluíssem à Mesa, também, como
se estivessem aqui: Luís Otávio Vieira; Dagoberto Lima Godoy; Renan Proença;
Júlio César Magalhães, jornalista e grande figura da FIERGS; Paulo Vellinho;
Luiz Carlos Mandelli e tantos outros, para não cometer injustiças.
A
minha idéia e a do Ver. Luiz Braz - representamos o PSDB - de avaliação do
desenvolvimento de uma sociedade passa por muitas siglas, pelo Produto Interno Bruto de um País, PIB;
pelo Índice de Desenvolvimento Humano, IDH, mas, principalmente, pelo seu
processo industrial, que é a expressão da modernidade.
Eu
falava, outro dia, sobre a classificação de democracia, segundo Norberto
Bobbio, que se referia à inclusão social como item um - e nós temos uma grande
exclusão social -, e eu queria lembrar a todos os Vereadores que Porto Alegre e
Grande Porto Alegre têm 271 mil desempregados por não ser uma área
profundamente industrializada, e sim, mais uma área de serviço. Mesmo a área
industrializada ainda tem, no processo industrial, talvez, uma da chagas
maiores, que é a questão do desemprego.
Nós
entendemos o complexo CIERGS, FIERGS, Sesi, Senai - todo o seu conjunto -,
talvez, como uma das formas de amenizar, ensinando nessa parte social, porque
houve um amadurecimento do processo industrial e do pensamento dos
industrialistas. Então, hoje, essa questão do operariado é uma questão da
indústria como um todo, e não mais, somente, como uma classe diferenciada. Nada
mais libertário do que um processo industrial quando põe a máquina a serviço do
homem, muito mais do que o homem a serviço da máquina.
No
que se refere à questão desenvolvimentista do País - e hoje o País requer para
ontem essa questão -, temos a preocupação com o progresso e, principalmente,
com a geração de novos postos de trabalho; o compromisso com o trabalho médico
e odontológico, como se faz assistencialmente pela FIERGS, principalmente
porque a FIERGS, na nossa opinião, é um dos retratos do Estado keynesiano de
redistribuição da renda nacional que um processo capitalista, muitas vezes, a concentra.
Lembro
de um país que teve uma explosão industrial fantástica, como o Brasil, no seu
processo de industrialização, de substituição, e foi, aos poucos, criando uma
marginália em todas as cidades brasileiras, em que os excluídos foram
absolutamente esquecidos pelo processo econômico. Hoje, nós estamos com os
nossos pólos, dentro do Rio Grande do Sul, desenvolvidos: o pólo
metal-mecânico; o pólo coureiro-calçadista; o pólo moveleiro; o pólo
petroquímico; o pólo protéico, todos abrindo um processo e segurando algum
desenvolvimento no Estado, principalmente por uma linha média, e, no Norte, nós
temos a agroindústria de uma forma extraordinariamente desenvolvida, carregando
o Sul, pouco desenvolvido. E agora,
então, desperta para o desenvolvimento em que o País ainda precisa de atitudes
desenvolvimentistas, tanto quanto os Estados, mas, principalmente, e por fim,
dessa ligação, desse compromisso da ciência com a universidade, que é a
indústria da idéia até o consumo, uma presença fantástica que é o grande elo
entre todas as estruturas; desde o seu processo, da Revolução Industrial até
hoje, indiscutivelmente, é a forma de unir toda uma sociedade - a idéia, a
produção, até a outra ponta do consumo - e esse conjunto se chama modernidade,
e essa modernidade a FIERGS já atingiu há muito tempo. Estamos já, em
muitos pontos do Rio Grande, numa estrutura chamada pós-moderna, onde,
inclusive, as seqüelas da sociedade industrial são remediadas, e, por isso,
hoje, nós temos um avanço imenso no pensamento industrial e, principalmente,
mesmo que sejam as indústrias as que foram as maiores poluidoras, hoje elas
desenvolvem mecanismos de defesa contra a poluição, fazendo um desenvolvimento
sustentável. Esse exemplo é um exemplo para um País que sabe que pode conviver com
um processo industrial, que é a abertura para a solução das questões sociais.
Quando
nós falamos em 271 mil desempregados em Porto Alegre, nós estamos nos queixando
da Segurança, da falta de assistência a essas pessoas na área da Saúde, na área
da Educação. E a FIERGS está lutando, na ponta, contra todos esses fenômenos,
uma FIERGS que muito orgulho dá a todos os gaúchos. Meus parabéns, Presidente.
(Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da
Verª Clênia Maranhão.
O
SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Eu ouvi todos os oradores que passaram por aqui, fazendo essa
saudação pelos 70 anos da FIERGS, e vi que todos realmente possuíam um
conhecimento muito grande a respeito daquilo que é a FIERGS hoje, do que ela
representa para todos nós aqui do Rio Grande do Sul; ouvi as palavras do meu
companheiro de Bancada, Claudio Sebenelo, e vi, também, que, com muita
maestria, ele fazia essa saudação. Talvez, de todos os Vereadores aqui desta
Casa, eu seja aquele que menor conhecimento tem a respeito das coisas da
FIERGS, daquilo que realmente é a FIERGS, hoje, em termos de estrutura. Mas eu
fiz questão de vir aqui para fazer também esta saudação, porque eu, como
cidadão, me orgulho da FIERGS, pela força que a FIERGS tem, por aquilo que ela
representa para todos nós aqui do Rio Grande do Sul. E tenho certeza de que a
FIERGS é forte e será maior ainda se as indústrias do Rio Grande do Sul forem
fortes e forem maiores ainda do que elas são.
O que a FIERGS é? É a representação exatamente da
força das indústrias do nosso Estado, assim como as indústrias do nosso Estado
serão mais fortes se a FIERGS realmente for uma Federação também com muita
força e com muito apoio.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, desde já muito obrigado
pelo aparte. Eu queria cumprimentar o Presidente Paulo Tigre e o Coronel Almir,
do Estado Maior da Aeronáutica; e quero cumprimentar, também, de uma forma
muito carinhosa, o Sr. Arildo Bennech Oliveira, que é o Presidente do
Sindicato, e faz parte do grupo da FIERGS.
Meu caro Ver. Luiz Braz, quando se fala em
desenvolvimento e crescimento do nosso Rio Grande, da nossa Economia, sem
dúvida nenhuma, a FIERGS é o carro-chefe. Nós temos que ter o maior respeito
por essa entidade. Portanto, em nome da Bancada do PDT, meu caro Presidente
Paulo Tigre, nós queremos desejar sucesso; e quero dar o nosso abraço muito
fraterno, muito carinhoso, por tudo o que o senhor, juntamente com a sua
equipe, representam para o desenvolvimento do nosso Rio Grande. Parabéns, um
abraço. E parabéns ao Newton Braga Rosa por essa iniciativa. Obrigado, Ver.
Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ: Obrigado a você.
Quero cumprimentar o Newton Braga Rosa, porque ele
dá esta oportunidade para que nós façamos esta saudação.
Meu amigo Dib, eu falava que a FIERGS é forte,
exatamente porque as empresas do Rio Grande do Sul são fortes; então, por isto
mesmo, elas fazem com que a sua representação seja essa que nós conhecemos da
FIERGS, ou pelo menos que todos conhecem, e eu conheço tão pouco, mas nos
orgulhamos do que é a FIERGS hoje.
Mas eu falava isso apenas para dizer o seguinte: o
Parque Industrial do Rio Grande do Sul foi o responsável por salvar o Rio
Grande do Sul de uma crise política na qual estava mergulhado e da qual não
saía há muito tempo. Eu me lembro que Governo após Governo diziam que o Rio
Grande do Sul era ingovernável, até que uma pessoa muito criticada - e eu acho
que injustiçada - assumiu o Governo do Estado. Não é do meu Partido, mas eu
faço questão de elogiar, porque eu acredito que seja a realidade que nós
vivemos, que nós vivenciamos. Quando o Governador Britto assumiu o Governo do
Estado, vínhamos de uma grande crise que vinha realmente de muito tempo, era
histórica. O Governador Britto, para retirar o Rio Grande do Sul daquela
situação e para apontar um caminho para o Estado, começou a trazer para cá
várias indústrias. Para trazer essas empresas para cá, ele lhes ofereceu
incentivo. Lembro-me de que ele trouxe para cá a General Motors, a Dell, a
Souza Cruz, a Brahma e a Ford. Infelizmente, a Ford, por uma burrice política,
foi mandada embora; mas todas essas empresas que vieram para cá acabaram
apontando um outro norte para o nosso Estado, e, hoje, Ver. Newton, eu
realmente me debato muito quando ouço críticas aos incentivos fiscais. Acredito
que, para um Estado como São Paulo - que está repleto de indústrias, e onde, de
repente, não cabem mais -, o fim do incentivo fiscal é realmente uma glória.
Agora, para um Estado como o nosso, que precisa atrair para cá outras empresas,
outras indústrias, acho que simplesmente colocar fim aos incentivos fiscais -
como se discute muitas vezes - não seria o mais lógico. Acho que deveríamos
discutir o tipo de incentivo fiscal que nós devemos dar para atrair mais
empresas para o Rio Grande do Sul, porque, afinal de contas, precisamos ver a
FIERGS cada vez mais forte.
Mais uma vez repito: ao menos na minha ignorância
com relação à FIERGS, acredito que ela só será realmente muito mais forte se
tivermos aqui indústrias muito mais fortes do que as atuais, muito embora, é
claro, ela seja hoje um grande orgulho para todos nós, aqui do Rio Grande do
Sul. Muito obrigado. Parabéns a vocês, que tenham outros 70 anos de sucesso!
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver.
Dr. Goulart.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.)
Os milagres acontecem, às vezes, mas é preciso trabalhar tremendamente para que
aconteçam. Este pensamento, de Peter Drucker, o grande guru da moderna
administração, não é uma negação da fé transcendental, mas uma afirmação de fé
na capacidade do ser humano; capacidade que se alicerça na vocação do homem
para o infinito, na sua destinação escatológica e nos muitos dons recebidos de
Deus, quando lhe concede a graça da vida.
Mas é sobretudo por um desses dons, a inteligência, ao qual
agrega a própria vontade e a determinação para o trabalho, que o homem evolui
para si e para os outros, expandindo o saber e realizando o progresso.
A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul é
um exemplo concreto e paradigmático de que, de fato, os milagres podem
acontecer - como realmente acontecem -, desde que o homem trabalhe
tremendamente para isso, conforme preconizou Peter Drucker.
Ainda na última sexta-feira, por minha sugestão, um grupo de
Vereadores esteve em visita à Fundação Gaúcha de Bancos Sociais, entidade do
êxito do Banco de Alimentos, cujo conhecimento, nesta visita, foi nosso
objetivo principal.
O Banco de Alimentos é uma demonstração contundente da força
da inteligência e da vontade, aplicadas a objetivos altruístas sérios e bem
determinados.
A liderança da FIERGS conseguiu reunir, de maneira
sistêmica, recursos materiais e humanos oriundos de diversos segmentos sociais,
obtendo uma sinergia de forças que, aplicadas de forma técnica e profissional,
tem conseguido produzir verdadeiros milagres de produção e reprodução de
alimentos, fazendo, das sobras que seriam desperdício para uns, alimento
saudável e nutritivo para outros.
Dá para falar um dia inteiro só sobre o Banco de Alimentos.
Mas essa idéia e o conhecimento da realidade de outros tipos
de desperdício levou à criação da Fundação Gaúcha de Bancos Sociais, que está
constituída não só pelo Banco de Alimentos, mas também pelos seguintes Bancos:
Banco de Computadores, Banco de Refeições Coletivas, Banco de Dados (Cadastro
das Entidades Assistenciais de Porto Alegre), Banco de Materiais de Construção,
Banco de Mobiliários, Banco de Voluntários, Banco de Tecido Humano, Banco de
Projetos Comunitários, Banco de Medicamentos, Banco de Resíduos, Banco de
Vestuário e Banco de Órgãos e Transplantes.
Esta simples e rápida menção que faço a essas atividades da
FIERGS, embora impressione, está muito longe de configurar a expressão total da
sua ação e da sua representação na vida do nosso Estado e do País.
Criada em 1937 para congregar todos os sindicatos de
empregadores industriais, a FIERGS tem participado, efetivamente, do
desenvolvimento do Rio Grande do Sul e do Brasil, em ações nas áreas econômica
e política, com foco no crescimento dos setores produtivos como elemento de
estímulo à livre iniciativa, à economia de mercado e à integração entre capital
e trabalho.
Hoje, o sistema FIERGS congrega 111 sindicatos setoriais,
que representam 34 mil indústrias do Estado, sendo formado pelo Centro das
Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul - CIERGS -; pelo Sesi, criado para
prestar serviços sociais aos trabalhadores da indústria e suas famílias; pelo
Senai, criado para promover o aprimoramento da indústria nacional e pelo
Instituto Euvaldo Lodi, que promove a interação universidade-indústria, em
busca de um maior avanço tecnológico às empresas e de oportunidades aos
estudantes.
No campo das idéias, a FIERGS defende a livre iniciativa, a
liberdade de mercado e de empreendimento, opondo-se à tutela do Estado, aos
tabelamentos de preços e a toda forma de intervenções no cotidiano das
atividades empresariais; defende sempre a liberdade de produzir, de gerar
riquezas, de dar curso, enfim, a vocação empreendedora, que é o alicerce da
prosperidade da Nação, pois seus membros estão convictos de que há uma
correlação visceral entre a liberdade econômica e a liberdade política. E, por
isso, fizeram a adoção incondicional dos princípios democráticos e, para mais
além, do compromisso de irredutível defesa desses princípios.
Assim é a FIERGS, cujos 70 anos hoje
homenageamos, por oportuna iniciativa do Vereador Newton Braga Rosa, meu
ilustre companheiro de Bancada, juntamente com o nobre Ver. João Dib, que me
encarregou de fazer esta saudação também em seu nome.
Que
Deus ilumine sempre os atuais e futuros dirigentes e colaboradores da FIERGS,
fazendo com que ela continue a ser essa parte imprescindível da vida e do
progresso do Rio Grande do Sul. Parabéns! (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada,
Ver. João Carlos Nedel.
O
Ver. Dr. Raul está com a palavra em Comunicações.
O
SR. DR. RAUL: Exma Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs.
Vereadores e Sras
Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É uma grande
honra e um dever da sociedade gaúcha prestigiar os 70 anos da FIERGS, porque a
FIERGS representa, no nosso Estado, a modernidade, a integração e a iniciativa
na busca de situações melhores não só na área econômica, mas também na área
social.
Eu
gostaria de dizer que também estive no Banco de Alimentos, e, como médico
comunitário que sou, como pessoa integrada na parte mais sofrida da sociedade,
a gente não pode deixar de se emocionar quando vê um trabalho daquele tipo, de
responsabilidade social, tão prestigiado pela nossa FIERGS.
O Sr. Elias Vidal: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Neste momento, eu quero aproveitar
este breve espaço de tempo para cumprimentar o Presidente da FIERGS, Paulo
Tigre; também o Coronel, que se faz presente nesta Casa; os componentes da
Família FIERGS que se fazem presentes nesta Casa Legislativa; a nossa
Presidenta, e também para dizer, Ver. Dr. Raul, que o Ver. Newton Braga Rosa
está de parabéns pela proposição, pois acredito que toda iniciativa feita em
prol de instituições como a FIERGS, que desempenha um papel tão importante
neste Estado, muitas vezes com dificuldades de continuidade pela alta taxa tributária
sobre todos os que compõem a família FIERGS, na indústria, merece o nosso
carinho, o nosso respeito, o respeito desta Casa. Este aniversário não poderia
passar batido, em branco; nós precisávamos fazer este registro e dizer que
temos um respeito muito grande pela FIERGS. E quero desejar ao Paulo Tigre, na
presidência, e a toda sua assessoria, que tenham muita iluminação, porque os
senhores estão comandando um segmento do Estado que gera emprego, educação,
saúde, segurança, através da alta tributação que vem sobre os senhores, muitas
vezes correndo o risco até de falência de muitas empresas, de muitas
indústrias. Então, a gente precisa dar todo o suporte e expressar o nosso
respeito e o nosso carinho por vocês.
Parabéns pelos 70 anos da FIERGS, e que esta data
possa se repetir por muitos e muitos anos, e que a FIERGS, cada vez mais, possa
crescer, se fortalecer e dar o suporte para esse segmento que merece nosso
respeito e nosso carinho. Obrigado, Vereador.
O SR. DR. RAUL: Obrigado, Ver. Elias. Precisamos
também dizer o que a FIERGS tem feito muito pelo nosso Estado em todas as
áreas, e eu gostaria de dizer, como Presidente da Comissão de Saúde e Meio
Ambiente desta Casa, que temos um envolvimento muito grande com o projeto de
ampliação do Aeroporto, que acho de extrema importância, e a FIERGS, com
certeza, vai estar intimamente ligada a isso, porque a gente sabe que toda a
produção do nosso Estado tem em mente, tem no seu conteúdo, a FIERGS e as
empresas que de lá fazem parte. Gostaria de deixar uma grande saudação,
principalmente da área de quem trabalha pela saúde, de quem sabe que a
necessidade do nosso Estado é imensa. E essa parceria entre a Câmara dos
Vereadores, a FIERGS e o Estado, com a responsabilidade social que isso envolve
- à qual todos nós estamos ligados... Que coisa boa que, agora, nos últimos
anos, essa parte que envolve a questão social tem sido bem mais levada em conta
pelas empresas, pelos empresários, e que nós podemos vislumbrar projetos
excelentes nessa área, onde a FIERGS é parceira, ajuda, institui, enfim, ajuda
os Governos. Os nossos Governos, hoje, com poucos recursos, com dificuldades no
Orçamento, muitas vezes, através da integração com entidades como a FIERGS,
conseguem realizar o sonho de muitas pessoas neste Estado. Um grande abraço a
todos da FIERGS, saúde e muito trabalho para todos! Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Queremos
registrar, para a alegria
desta Casa, que hoje, na Sessão Plenária do Estudante, estamos recebendo os
alunos da 8ª série do Colégio Mãe de Deus. São 33 alunos que estão conosco
neste momento, sob a regência das professoras Lucila Rezende e Eliete Souza e
Silva. Essa atividade faz parte do Projeto de Educação Política que o Memorial
desta Casa desenvolve com as escolas da Cidade de Porto Alegre. Sejam
bem-vindos neste momento.
O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Parabéns, nobre colega Ver. Newton Braga, pela oportunidade desta
homenagem - pois são mais de 100 Sindicatos, em torno de 40 mil fábricas -;
portanto, minhas senhoras, meus senhores, nobres colegas Vereadores, imprensa,
cumprimento a todos.
Falar dessa Federação é reconhecer o sucesso
empreendedor, a busca do desafio, a ousadia, a persistência e a dedicação de
nossos empresários, que são a mola propulsora do desenvolvimento e prosperidade
do Rio Grande do Sul.
A FIERGS é a liderança desse processo, somando
esforços, criando tecnologias, estimulando a competitividade, investindo em
educação, saúde e lazer dos, aproximadamente, 600 mil trabalhadores que compõem
esse universo fabril, responsável direto, Sr. Presidente, por colocar nosso
Estado em terceiro lugar, como exportador, no ranking nacional, o que
prova que, mesmo com todos os obstáculos e problemas, a performance da indústria do Estado está acima da média nacional.
Lembrando dois anos de atribulações do Setor Primário, com secas, e a grande
crise nas indústrias de máquinas agrícolas, mesmo assim, chegamos - e hoje
vivenciamos, através da Expointer - à pujança desse setor na recuperação da sua
produtividade.
Com a FIERGS, notadamente, com investimento em
parcerias, surgiram diversos órgãos: a CIERGS, com o incentivo à
competitividade; o Sesi, com a sua responsabilidade social; o Senai, que
promove o aprimoramento da indústria nacional, atuando no desenvolvimento
tecnológico das empresas e na capacitação de profissionais; e o IEL, que
promove a interação entre universidade e indústria.
Quero, também, ressaltar a visita que fizemos à
Fundação dos Bancos Sociais, onde tivemos uma verdadeira aula de gestão pública
feita pelo meio privado, onde vemos um Banco de Alimentos que, sem cobrança de
impostos, alimenta, aproximadamente, 40 mil pessoas, sem impostos, sem desvios,
dinheiro levado, da vontade de
fazer, aos necessitados do nosso Estado. Toda essa estrutura demonstra, com
certeza, o esforço e a visão
empreendedora, a garra e a fé na construção de um futuro ainda mais próspero
para a nossa gente, para o nosso Estado, para o nosso País. Cada vez mais,
investe-se, através da FIERGS, na formação das pequenas e médias empresas, pois
esses crescimentos, com certeza, vão contribuir sobremaneira para a elevação de
nossas estatísticas econômicas, porque propicia gestão, porque propicia
tecnologia, financiamento, e, principalmente, pessoas com formação. É
essencial, Srª Presidenta, para a auto-estima dos cidadãos, podermos aumentar -
e aumentar muito - pontos de oportunidades a esses que, hoje, considero heróis
do empreendedorismo, que dão auto-estima, que dão formação de empregos, cuja
batalha estamos perdendo, ultimamente, ano a ano, devido, logicamente, sabido
por todos nós, à alta carga tributária e ao alto custo social.
O
Governo tem sua parcela de contribuição quanto ao desenvolvimento que todos nós
almejamos. Estou-me referindo a uma Reforma Tributária competente e eficaz que
deverá de ser feita. Não é possível exigir, dos nossos empresários, crescimento
e concorrência com outros mercados, com essa absurda taxação que estanca o
nosso desenvolvimento.
Sou
solidário ao posicionamento de Vossa Excelência, Sr. Presidente da FIERGS, Sr.
Paulo Tigre, quando, no seu pronunciamento - e eu consegui registrar -, Vossa
Senhoria se manifestou no sentido de que a CPMF pode ser extinta, hoje, devido
à alta arrecadação tributária. Ou teremos um sistema tributário a favor do
desenvolvimento, ou ficaremos sustentando custos de produção interna muita acima
dos nossos concorrentes internacionais. A CPMF é uma contribuição de baixa
qualidade que penaliza os setores de mais baixa renda, e o País continua
vivenciando quase que saúde zero e alta violência.
O
que falta, neste País, não é a capacidade de o povo brasileiro trabalhar e
fazer desta Nação exemplo de prosperidade e bem-estar social; precisamos, isso
sim, de vontade política, seriedade, ética, e, principalmente, amor cívico dos
governantes, que devem colocar, acima do poder e de interesses pessoais, o
engrandecimento do Brasil, pois só assim teremos uma Pátria verdadeiramente
soberana e democrática.
Todos
nós, gaúchos e brasileiros, temos a certeza de que, nesses 70 anos, a FIERGS
lutou e continua lutando para que esse sonho se concretize, porque ser um
empreendedor é executar os sonhos, mesmo que haja riscos; é não esperar uma
herança, mas construir uma história.
Desejo, Sr. Presidente,
concluindo, que essa Federação continue construindo sonhos e lutando pelas suas
concretizações, pois essa será a sua mais nobre história. Parabéns e muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Presidenta
Maria Celeste, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Também quero
saudar o autor da proposição, Ver. Newton Braga Rosa, e os professores e alunos
do Colégio Mãe de Deus. Quero dizer que uso a palavra em nome da Bancada do
PTB, composta pelos Vereadores Dr. Goulart, Alceu Brasinha, Nilo Santos e Maria
Luiza.
A
Casa, com a visita do Presidente Paulo Tigre, tem a rica oportunidade de fazer
uma reflexão sobre o papel da FIERGS e o papel da indústria no processo de
desenvolvimento da própria civilização. Os 70 anos da FIERGS representam um
eixo fundamental no desenvolvimento do nosso Estado. O papel da FIERGS é
importante, pois representa esse setor fundamental do desenvolvimento, que é a
indústria - e aqui estão os estudantes -, pelo papel que tem, transformando o
trigo em pão, em todo o seu processo tecnológico, do mais simples ao mais
complexo; e isso foi fundamental para o desenvolvimento da civilização. E a
FIERGS tem, no Estado, esse papel de liderança, porque congrega homens e
mulheres que, através do conjunto de atividades industriais, representaram e
representam a alavanca do nosso desenvolvimento.
E
hoje, com presidência do Dr. Paulo Tigre, pela sua liderança, pelo grupo de
líderes industriais, a FIERGS passa a ter um papel de grande visibilidade,
chamando a atenção das autoridades federais e da República para o nosso Estado.
Não foi sem razão, Srª Presidenta e senhores industriais, que o Presidente da
República vem à FIERGS e lança um plano de ação, um plano de desenvolvimento,
mercê - frise-se - do papel relevantíssimo que a FIERGS vem tendo na liderança
do nosso Estado.
Todos
falaram, este é um discurso a mais, mas é importante fazer esses destaques,
porque eles representam, Presidente Paulo Tigre, o agradecimento da Cidade.
Temos reiteradamente dito, desta tribuna, que o Vereador, quando fala; a Casa,
quando se manifesta, é a Cidade que se manifesta, e a cidade de Porto Alegre
quer agradecer, no transcurso de 70 anos da FIERGS, o seu labor para o
desenvolvimento. Então, é a Cidade que quer agradecer à FIERGS, quando ela
completa 70 anos, por assim dizer, o apogeu de liderança no nosso
desenvolvimento, buscando chamar a atenção para o Estado e já trazendo
resultados positivos. Ali na frente, teremos outros avanços fundamentais para
um Estado que ficou com problemas seriíssimos em sua situação financeira, e,
com esses passos largos que vem dando a FIERGS, ao lado das autoridades, nós
haveremos de resgatar o Estado do Rio Grande do Sul para novos tempos de
desenvolvimento, na busca de maior rentabilidade para os problemas sociais e de
melhor aplicação e emprego da nossa mão-de-obra.
Portanto,
fica aqui, Presidente Paulo Tigre, o agradecimento da Cidade pelo muito e muito
que a FIERGS já fez e haverá de fazer para o desenvolvimento do nosso Estado.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Sr. Paulo Tigre, Presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul,
está com a palavra.
O
SR. PAULO TIGRE: Srª
Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.)
Ver. Newton Braga Rosa, que gentilmente nos homenageou; e também todos os
Vereadores, que, juntos, estão nos homenageando nestes 70 anos da FIERGS; meus
colegas de Diretoria; demais autoridades aqui presentes; senhoras e senhores, é
com muita satisfação que eu venho aqui, com muita emoção, pelos 70 anos da
FIERGS, que hoje é homenageada e que começou em 13 de agosto de 1937. Também
venho em nome de 111 Sindicatos, onde são gerados em torno de 600 mil empregos no
Rio Grande do Sul, nos mais diferentes segmentos da Economia, na maior
diversificação - talvez nós sejamos o segundo Estado do Brasil que tenha mais
diversificação na sua economia industrial. Isso nos mostra, também, que nós
podíamos falar dos 70 anos que já vivemos e talvez em todos os presidentes que
passaram pela Entidade, sempre com uma visão de futuro.
Eu
acho que a marca da FIERGS sempre foi o futuro, e essa visão de futuro não
começou agora, não começou há 10 anos; praticamente nasceu com a FIERGS. A
FIERGS ajudou a criar a CNI; ajudou a criar e foi um dos primeiros Estados a
ter o Sesi e o Senai - o Sesi e o Senai são de 60 anos atrás.
Então,
quando se fala, hoje, em responsabilidade social, a visão dos empresários,
daquela época, que comandaram a FIERGS, que participaram do crescimento da
indústria do Rio Grande do Sul, já era uma visão de responsabilidade social, e
da formação de técnicos, de gente com capacidade para crescer e fazer as
empresas crescerem, ou seja, para que a Economia do Rio Grande do Sul, empresas
e trabalhadores pudessem crescer. E esse talvez seja o grande trabalho e a
grande base que nós temos hoje, de poder ter orgulho de uma indústria do Rio
Grande do Sul. O Sesi e o Senai são financiados pelas indústrias privadas e
administrados, no Rio Grande do Sul, pelo sistema FIERGS.
Nós
temos hoje, no Senai, mais de 160 mil matrículas, neste ano, que são para
jovens e pessoas com mais idade, que se transformam em técnicos que têm um
crescimento muito grande, porque hoje, quando se fala em desemprego, fala-se de
pessoas não-qualificadas. Até hoje, para pessoas qualificadas, existe uma
possibilidade de empregabilidade muito maior do que para as pessoas
octogenárias, e nós estamos dentro de um processo de ajudar e fazer crescer.
Vamos ampliar, extremamente, a partir deste ano, o tamanho dos cursos e
treinamentos possíveis para fornecer aos nossos trabalhadores. Nós temos, por
exemplo, centros tecnológicos de excelência, centros de Primeiro Mundo. Temos,
por exemplo: couro, calçado, polímeros, mecânica de precisão, mobiliário,
automotivo, mecatrônica, tecnologias limpas e tecnologias avançadas.
Também
temos o Sesi, que, através de 35 centros de atividades, contempla mais de 300
Municípios, e onde nós temos programas para mais de 50 mil alunos, este ano, e
onde se dá aquela condição que o cidadão precisa ter: uma melhor saúde, uma
melhor educação, um melhor cuidado, uma melhor higiene pessoal. Isso é um
trabalho que vem sendo feito em todo o Rio Grande do Sul com excelentes
resultados; é algo com que nos preocupamos, e queremos fazer cada vez melhor,
e, seguramente, vamos fazer melhor. Além disso, foi falado, aqui, em Bancos
Sociais, mas talvez um dos projetos mais interessantes do Sesi, que é um
trabalho que se faz com a ONU, é sobre o uso de drogas e de álcool nas
empresas. Hoje, um projeto que nasceu no Sesi do Rio Grande do Sul já está
espalhado por toda a América Latina; diversos países se apóiam em programas
como este nosso, em que nós levamos para o trabalhador aquilo que ele precisa
para melhorar e até para se recuperar do mal que atinge uma classe muito
grande. Por outro lado, nós também temos hoje um programa chamado Novos
Horizontes, que é para pessoas jovens, normalmente, extremamente vulneráveis, e
nós, juntamente com o Sesi como o Senai, formamos e melhoramos a sua qualidade
de vida; ensinamos o crescimento pessoal, ao mesmo tempo em que damos uma
profissão para essas pessoas. Junto, nós temos trabalhado com o IEL - Instituto
Euvaldo Lodi -, porque nós precisamos melhorar a gestão e formar mais
empreendedores, para que possamos ter mais empregos.
Temos
também uma ligação muito forte com Porto Alegre, não só por ser a nossa
Capital. Temos, por exemplo, a Escola Mauá, que foi a segunda Escola Técnica do
Brasil. E temos trabalhado muito em termos de turismo, com o nosso Centro de
Exposição, o nosso teatro, o nosso Centro de Convenções, e também sempre com
uma visão de futuro. Acreditamos que a Economia do Rio Grande do Sul só passará
a ser maior se nós agregarmos valor àqueles produtos que hoje nós fabricamos, e
fabricamos muito bem; se tivermos mais tecnologia, mais escolas, mais
universidades; se pudermos criar novas economias - e hoje se estão criando
novos pólos de economia. Criados esses pólos, e todos nós trabalhando para
sermos um Estado com visão de futuro, um futuro que tem que ser, e será,
brilhante, porque nós temos uma condição extremamente facilitada pela nossa
formação, nós vamos fazer com que a nossa Capital cresça, que as outras cidades
do Rio Grande do Sul cresçam, toda a Economia do Rio Grande do Sul cresça. Com
isso, nós estaremos fazendo o trabalho que temos que fazer para que o País seja
maior, para que os cidadãos vivam melhor. E que nós todos saibamos que podemos
ser um grande País, um grande Estado, uma grande Cidade! Muito obrigado a
todos. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Neste
momento, depois da fala das diversas Lideranças de Bancadas, que representaram
o conjunto dos Vereadores desta Casa, quero dizer, Dr. Paulo Tigre, que pudemos
ter a oportunidade de visitar um dos mais importantes projetos da FIERGS, a
Fundação Banco Social, na sexta-feira passada. Tivemos um grande número de
Vereadores nessa atividade, entre outras que a Mesa Diretora deste ano está
promovendo dentro do projeto A Câmara e a Cidade. Pudemos perceber e verificar
todo o trabalho desenvolvido por sua Instituição pela cidade de Porto Alegre,
pelo Estado do Rio Grande do Sul. Por isso, a Câmara Municipal tem o orgulho de
parabenizar os 70 anos da Federação!
Damos
por encerrada esta homenagem, no dia de hoje, agradecendo a participação de
todos os senhores e as senhoras.
Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 15h35min): Estão reabertos os trabalhos.
O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Comunicações.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; convidados presentes e
pessoas que nos assistem pelo Canal 16; as senhoras e os senhores devem ter
notado a substituição ou a retirada das lombadas eletrônicas na Cidade, talvez
por encerramento de contrato ou por mudança de empresa prestadora de serviço. O
fato é que, há alguns dias, não temos mais o controle eletrônico de velocidade.
Mas
o Governo, talvez, para compensar a [falta de] arrecadação, orientou os agentes
da EPTC a multarem enlouquecidamente. Eu vi uma ação, esses dias, lá no Centro
da Cidade, em que todos os “azuizinhos” estavam orientados para saírem multando.
Eu vi também uma manchete dizendo que o número de multas ultrapassava o número
de mil por dia.
Então
este Governo, que muito se elegeu em cima de atacar a Administração Popular, em
função de que a arrecadação fazia “caixa” com as multas - na verdade, acompanhei
até o ano passado -, mais do que dobrou o número de multas até então. E agora a
gente vê uma ação desesperadora do Município, mandando multar tudo e todos;
isso não é aceitável! Isso faz parte de uma ação demagógica que foi feita, e
agora a prática desse Governo é exatamente na direção e no sentido contrário.
Queremos,
sim, que haja lombada eletrônica, porque é um elemento de segurança, é um
elemento justo, é um controlador de velocidade. Agora, compensar a falta das
lombadas, talvez a falta de licitação, ou a incompetência, com multas, Ver.
Adeli Sell, conforme a gente está vendo, é inaceitável. É mais uma patacoada da
EPTC, que não consegue administrar o trânsito da Cidade, que está transformado
em um verdadeiro caos. Aqui, as principais vias estão congestionadas na
primeira hora da manhã, ao meio-dia, no início da tarde, no fim da tarde, no
meio da tarde, e a Cidade não anda mais para lado nenhum. Os tais
“especialistas” da EPTC, na verdade, não conseguem corresponder ao mínimo de
expectativa, não se discute mobilidade urbana, não se discutem alternativas,
não se discute a situação na Cidade, enquanto a Cidade está virada em um caos;
sequer a 3ª Perimetral está andando, devido aos nós que a própria EPTC cria no
trânsito. Portanto é hora, sim, é hora de criar um pouco de vergonha na cara e
olhar, porque quem está preso no trânsito está gastando tempo, está causando
mais poluição, está tendo mais horas de trabalho, está sofrendo um transtorno e
outros problemas. Portanto a única política que tem a EPTC é de multar, multar
e multar! E outros projetos megalomaníacos, faraônicos, que vão resultar em
gasto de dinheiro, à toa, em consultoria e em projetos, como essa história dos
Portais da Cidade, que vai dar, sim, resultado para um ou para dois que estão
fazendo o projeto, mas que vai resultar em nada para o futuro da Cidade, Ver.
Guilherme. Essa é a realidade, esse é o sentido real!
Quero
deixar um alerta, não sei do resultado, mas havíamos conseguido e liberado 190
mil reais para a Saúde, com a Emenda Parlamentar, por intermédio do Deputado
Paulo Pimenta, lá para o PS São José. E, até sexta-feira, de tarde, que era o
prazo limite, o Projeto não havia sido encaminhado para Brasília. Portanto, é
muito provável que, se não foi feito - não acompanhei as últimas duas ou três
horas -, o Município vai perder esse dinheiro, que era o suficiente para
construir, nova, aquela UBS, que já foi interditada, inclusive, pela Vigilância
Sanitária. É mais um dado que eu trago aqui e um exemplo cabal da inoperância,
da incompetência e do atraso que está este Governo de conjunto, este Governo do
Município.
De
mais a mais, Ver. Braz, tenho de lhe responder a respeito dos incentivos
fiscais, perguntando-lhe: por que a Topper, por que a Azaléia, por que a
DalPonte, por que a Dell e por que todas as empresas que receberam incentivos
dos Governos passados agora foram embora daqui do Rio Grande do Sul? Essa é a
questão que tem de ser respondida, porque eles vieram, usaram, ganharam as
empresas, as fábricas, as máquinas, os subsídios e todo o incentivo
gratuitamente, e agora, quando acaba, simplesmente dão as costas e vão embora
do Estado. E foram embora agora, não foram no Governo do PT, foram no Governo
Rigotto e, principalmente, no Governo Yeda, do seu Partido. Então, eu gostaria,
como V. Exª gosta de debater, que V. Exª viesse argumentar qual a justificativa
de essas empresas terem ido embora agora, mesmo depois de terem recebido
montanhas de dinheiro em subsídio. O Governo Britto distribuiu de dinheiro
público cerca de 13 bilhões de reais, que ajudaram a levar o Estado à situação
crítica que hoje ele está. Esta é a situação que nós temos que entender: o
subsídio, esse tipo de incentivo tem que acabar no Brasil, como um todo, porque
isso gera guerra fiscal, desequilíbrios, perda de competitividade e apenas
busca interesses localizados, enquanto as conveniências são grandes; depois,
viram as costas para o povo, para o Governo e para todos os que ajudaram a
construir isso que é um patrimônio social, porque as empresas são patrimônio social,
elas interessam a toda a sociedade. Agora, isso vai depender de uma política
correta, porque, senão, o que nós temos são resultados muito ruins para toda a
sociedade, como esses que eu enumerei há pouco. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Encerrado
o período de Comunicações.
Neste
momento, faremos a apresentação do vídeo “Cenas da História do Legislativo
Municipal”, que estava previsto para o início da Sessão Plenária, mas não foi
apresentado, naquele momento, por entendermos ser prioritária, no período de
Comunicações, a homenagem prestada. Este vídeo é uma das atividades do Memorial
da Casa, que está dentro da Programação dos 234 anos de história da Câmara
Municipal. É um vídeo curto, e peço a atenção das Sras Vereadoras e dos Srs. Vereadores, para
que possamos fazer a apresentação. Obrigada.
(Procede-se
à apresentação do vídeo.)
A SRA. PRESIDENTA
(Maria Celeste): Esse
foi um trabalho do Memorial, uma pequena amostra das imagens da Câmara
Municipal. Certamente agora será editado, revisto. Em primeira mão, queríamos
mostrar para o Plenário e para esta Casa este importante trabalho do nosso
Coordenador do Memorial, o Sr. Jorge Barcellos. Muito obrigada. (Palmas.)
Agradecemos, também, a presença dos alunos do
Colégio Mãe de Deus, que assistiram, também, conosco ao vídeo. Muito obrigada.
Passamos ao
O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra em
Grande Expediente.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores, a Nação ouviu, surpresa e
estarrecida, as declarações do Presidente da República num evento do Partido
dos Trabalhadores, em que o Presidente exalta a ética do seu Partido e teve a
unanimidade da divergência dos diversos setores de opinião do País inteiro.
Surpresa, porque, dias antes, o Supremo Tribunal Federal havia, sob indicação
do Sr. Procurador-Geral da República, indiciado um número simbólico, expressivo
e importante de pessoas - 40 indiciados - num processo que vai se tornar
histórico por sua duração, vai se tornar histórico pelo indiciamento do número
recorde de pessoas, mas vai se tornar histórico, também, pela coragem do
Supremo, pressionado ou não, mas, principalmente, mostrando que aqueles que
“atiravam a primeira pedra” não tinham condições de fazê-lo, e não era porque
os outros Partidos não tivessem ética, não; em todos os Partidos, se encontram
indivíduos de boa cepa, de formação, indo em busca da decência, defendendo a
ética e, principalmente, buscando implementar, disseminar, dentro da sociedade,
a sua ideologia como um direito inalienável e constitucional. Mas ninguém é
dono da verdade, ninguém tem o monopólio da decência. E o Partido ousou
proclamar a todos os cantos do País e Exterior que o Partido era uníssono, que
o Partido era unânime e que o Partido tinha a pureza das vestais. Sendo os
outros os publicanos, esta é, talvez, a maior derrocada do farisaísmo político,
pois se descobriu, não sem antes já haver histórias correlacionadas com o
problema, que o Partido do Sr. Presidente da República não tinha nenhuma
autoridade de se achar imunizado, de se achar acima da lei, de se achar acima
dos Poderes, de se achar o maior de todos os portadores de ética no País.
Como
dizia Dante Alighieri: “O teto do inferno é o chão”. E nós, que achávamos que
um dia iríamos ser governados pela esquerda brasileira, vimos que a esquerda
brasileira chegou ao poder. Uma das pitonisas do processo eleitoral, uma das
pessoas que viam adiante, avisou a todo o País: “Tenho medo”. E a propaganda
maquiavélica, pré-estabelecida e preconceituosa dizia: “Não, a esperança
superou o medo”. E nós vimos, durante quatro anos, que a esperança se esboroou,
e o medo cresceu, mas ninguém sabia de nada. Apesar de todas as perguntas
feitas em uníssono pelo País, pelas Câmaras, pelas CPIs, ninguém sabia de nada,
ninguém sabia responder o que se passava com aquelas denúncias volumosas, em
aluvião, e, então, o desencanto do País se fez através da indiferença. Hoje,
aqueles que eram candidatos à Presidência da República - e nós tínhamos pessoas
valorosas como Alckmin, como Cristovão Buarque, por exemplo - falam hoje do
crescimento brasileiro, quando eles ostentam o PAC - o Programa de Aceleração
do Crescimento -, mas Cristóvão Buarque diz que é necessário separar
crescimento de grandeza. Crescimento é o Bolsa-Família, é a cesta básica, mas
grandeza é não necessitar de bolsa-família, nem de cesta básica. Nós
necessitamos é do engrandecimento do País, porque o crescimento pode ser apenas
numérico. E, muitas vezes, nós saímos em busca de um novo País, de um novo
processo democrático, de uma nova esperança para os brasileiros. Sabemos que
cresce cada vez mais o Bolsa-Família, e isso é assustador, não pelo
patrimonialismo e muito menos pela conotação eleitoreira que tem, mas muito
mais pela necessidade de um povo do Bolsa-Família. Um Partido não cresce porque
se amontoa gente dentro dele, ele cresce quando a sua ideologia se dissemina de
uma forma democrática e chega ao povo como esperança e, principalmente, como
linha de ação, como norte, como futuro.
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Claudio Sebenelo, eu
estou prestando atenção e gostei muito do seu discurso. Eu acho que o
Presidente deveria ter a grandeza de fazer um controle de natalidade gradativo,
e não aumentar o número de bolsa-família. Se isso acontecesse, daqui a 20 anos,
o Bolsa-Família estaria zerado.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Ver.
Alceu Brasinha, agradeço a sua intervenção. A questão do planejamento familiar
ocupa hoje todos os espaços nos Ministérios relativos a essa área; inclusive
está havendo uma diminuição da população brasileira. As cidades brasileiras
registram, hoje, uma diminuição da população devido ao planejamento familiar. E
isso se deve à iniciativa do Ministério da Saúde de liberar a realização de
vasectomia e laqueadura de trompas pelo SUS.
Nesse
sentido, eu quero fazer justiça ao Ver. Dr. Goulart, que pediu, outro dia, uma
coisa aparentemente superficial: um socorro às nossas mulheres que precisam de
cirurgias, aparentemente superficial, de pele e atitude plástica. A estética é
importante para todos nós, mas a primeira questão é a mulher brasileira. A
cabeça da mulher brasileira é que precisa mudar. E com os sofrimentos decorrentes da
“estética”, cirurgia que é negada por ser apenas estética, tem criado um
conjunto de injustiças muito grandes na área da Saúde; nós vemos esse Projeto,
muito mais do que o Projeto em si, o simbolismo de dizer para as mulheres que,
de agora em diante, tem gente pensando inclusive na parte externa, sim, senhor,
e que isso não quer dizer que ela esteja divorciada da alma da mulher, da parte
interna da mulher, principalmente das relações de uma mulher durante a vida.
Eu quero agradecer a tolerância da nossa Presidenta
neste dia tão significativo e parabenizar pela iniciativa desse maravilhoso
filme, mesmo pequeno, mostrando um pouquinho da história desta magnífica Câmara
Municipal. Meus parabéns.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Informo ao
Plenário e a todos os cidadãos e cidadãs da cidade de Porto Alegre que teríamos
a participação do Frei Osmar Otávio Júnior, Pároco da Paróquia Nossa Senhora de
Belém, na Tribuna Popular do dia de hoje, que, por questões de saúde, não pode
estar conosco, mas enviou como representante o Sr. Clemente Viscaíno. Obrigada
por esperar até este momento, pois havia uma previsão de a Tribuna Popular ser
no início da Sessão, e houve uma troca em função da Comunicação agendada entre
os Vereadores.
Informo também que a festa da Paróquia do Belém Novo,
uma das mais antigas da cidade de Porto Alegre, está programada para acontecer
nos dias 06, 07, 08 e 09 deste mês, sendo que o dia da Padroeira, Ver. João
Dib, é o dia 09, quando estarão celebrando a missa festiva às 9h30min, em
frente à Igreja Matriz, que será presidida por Dom Remídio, Bispo Auxiliar de
Porto Alegre. Este convite é extensivo a todos os Vereadores e Vereadoras e
também a todos os senhores e senhoras da cidade de Porto Alegre para prestigiar
aquela comunidade. Obrigada, Sr. Clemente Viscaíno, pelo convite, e transmita
ao Frei Osmar os nossos votos de saúde e de um belo evento na Paróquia do Belém
Novo. Muito obrigado.
O Ver. Mario Fraga está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. MARIO FRAGA: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos assiste pela TVCâmara,
vou usar o tempo de Liderança, Ver. João Antonio Dib, para falar sobre um
assunto particular, mas da cidade de Porto Alegre, visto que a Festa de Nossa
Senhora de Belém está no Calendário de Eventos da Cidade de Porto Alegre.
Para nossa satisfação, recebemos o amigo Clemente,
representando o Frei Osmar aqui, porque, por motivo de saúde; o Frei Osmar deve
estar muito atarefado, visto que, na próxima quinta-feira, começarão os eventos
da Festa da Padroeira Nossa Senhora de Belém. (Mostra o cartaz.) Na próxima
quinta-feira, teremos a abertura com uma missa às 19h, e, depois, um bingo
beneficente. Na sexta-feira, feriado, dia 7 de setembro, a Noite Gaúcha, com
uma missa crioula que nós estamos realizando há bastante tempo em Belém Novo.
Logo após, haverá um jantar e apresentações gauchescas. No dia 8, também já é
tradicional em nosso Bairro, teremos a Procissão Iluminada “Maria Ilumina
Belém”, que, para nossa satisfação, tem sido um sucesso todos os anos. E, no
domingo - o tradicional segundo domingo -, acontece a Festa de Nossa Senhora de
Belém, que o Ver. Carlos Comassetto incluiu no Calendário de Eventos do
Município de Porto Alegre. E eu tive a felicidade de aprovar, nesta Casa, o
Projeto - foi publicado na última sexta-feira -que institui a Semana de Belém
Novo. Eu fiz essa Lei, meu amigo, meu irmão Ver. Ervino Besson, que tanto
conhece a nossa comunidade, que freqüenta a nossa Igreja também, porque, no ano
passado, quando comemoramos os 130 anos, nós fizemos uma programação durante
toda a semana. Neste ano, o Frei Osmar, como havia trabalhado muito - e o
trabalho sempre recai sobre uma pessoa ou um grupo de pessoas -, pediu que nós
não fizéssemos a semana toda. Eu mesmo estava programando um campeonato de
xadrez, um campeonato de futebol de mesa e algumas outras coisas para a semana,
mas o Frei Osmar estava atarefado e pediu para nós deixarmos para o ano que
vem. Casualmente, agora, o Prefeito sancionou a Lei da Semana de Belém Novo.
Então, no ano que vem, Belém Novo terá a semana toda e poderá fazer um grupo de
coordenação com os moradores, com as suas associações, com as suas escolas e,
também, claro, com a Igreja, para que possamos comemorar a Semana de Belém Novo
e a Festa em homenagem à Padroeira Nossa Senhora de Belém, Ver. Brasinha, toda
a semana. Ver. Alceu Brasinha, convido V. Exª a fazer parte, conosco, dessa
festa, com seu caminhão, na quinta-feira, na sexta-feira, no sábado e no
domingo. No domingo - gostaria de divulgar -, teremos a presença do CTG do Nena
Barulho, coordenado pelo nosso amigo Ismael Vieira, na alvorada festiva, o dia
maior de festa, às 8h da manhã; às 9h30min, procissão e missa festiva; às
10h30min, o Desfile Farroupilha, do qual participam todas as escolas de Belém
Novo, os CTGs e os piquetes, com as suas bandeiras; depois, o almoço
tradicional que, graças a Deus, para a nossa comunidade, nós conseguimos sempre
reunir 600, 700 pessoas, já conseguimos reunir até 800 pessoas no salão
paroquial; há convites à venda. Depois do almoço, acontece a Boneca Viva, uma
tradição nossa em que nossas crianças participam; e a domingueira, no salão
paroquial, onde haverá um conjunto musical para as pessoas que gostam da vanera
e de outras danças se divertirem até às 19h.
Então, eu faço aqui uma saudação ao Frei Osmar, que
não pôde estar presente, e ao Ver. Carlos Comassetto - que, neste momento, está
representando a Casa em um evento -, que fez esse convite ao Frei Osmar e muito
nos ajuda na Paróquia de Belém Novo. Deixo, aqui, registrado os agradecimentos
a todos os Vereadores que aprovaram a Semana de Belém Novo e convido a
participarem, a partir de quinta-feira, com a nossa comunidade, dessa festa.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Almerindo
Filho solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje. A Mesa declara
empossado o Ver. Mauro Pinheiro, que integrará a Comissão de Constituição e
Justiça, em função da impossibilidade de o Suplente, Ver. Gerson Almeida,
assumir a Vereança.
Bem-vindo,
Ver. Mauro Pinheiro, que já tomou posse.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo
da Verª Clênia Maranhão.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Verª Maria Celeste, Presidenta desta
Casa; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; senhoras e
senhores, eu queria responder ao Ver. Todeschini, que me lançou um repto, mas,
como ele não se encontra no plenário, eu estou, pelo menos neste momento,
impossibilitado de responder. Se ele chegar até o final do meu pronunciamento,
eu vou ter o prazer de responder ao Ver. Todeschini.
Eu
também quero aproveitar, Ver. João Dib, Ver. Adeli, Ver. Guilherme, Ver.
Goulart - enfim, todos os Vereadores -, para informar que, no dia 14 de
setembro, nós teremos, neste plenário, a entrega do Troféu Solidariedade, e
todos os Vereadores serão muito bem-vindos na entrega desse Troféu. Nós sempre
fazemos essa entrega com muito carinho, e, em todos os meses de julho, nós
reunimos as entidades que prestam solidariedade, para que elas possam votar
naqueles que irão receber o Troféu Solidariedade do ano.
Ontem,
também tivemos a oportunidade de fazer, lá na Ilha Grande dos Marinheiros, o
nosso Dia de Solidariedade. Pela primeira vez, a nossa equipe de voluntários
fez o trabalho juntamente com os amigos da LBV - Legião da Boa Vontade -, e
tivemos a oportunidade de colocar à disposição das pessoas da Ilha Grande dos
Marinheiros cortes de cabelo, exames médicos, flúor nos dentes das crianças,
aprendizado para a escovação de dentes, advogados, recreação e muitas outras
atrações. O Dia da Solidariedade funcionou durante a manhã, das 9h até o
meio-dia. E nós percebemos, Ver. João Dib, que faz falta lá na Ilha Grande dos
Marinheiros não é apenas o dar o alimento - e eu tenho criticado muito,
inclusive, todos os programas, tanto do Governo Federal, como do Governo do
Estadual, como aqui do Municipal, mas todos aqueles programas que são
destinados simplesmente a doar alimentos, a dar alguma coisa a alguém. Eu acho
que muito mais do que esse “dar” tem que ser o “ensinar”.
Eu
conversava ontem com as lideranças lá da Ilha Grande dos Marinheiros e via que
uma das grandes dificuldades é apontar um rumo, é apoiar as iniciativas de toda
aquela gente, para que programas que possam dar um norte àquelas pessoas que
nada têm possam, de alguma forma, surgir.
E
por isso que, já há algum tempo, eu estou cobrando do Governo Municipal e da
FASC, propriamente dita, que nós possamos começar, imediatamente, as ações do
projeto da Frente de Trabalho Voluntário, porque nós aprovamos o Projeto aqui
já faz, eu acredito, mais de ano. O Prefeito Municipal, já, várias vezes, fez
pronunciamentos dizendo que quer que realmente o espírito do projeto possa
estar também dentro da sua Administração. Já visitamos a FASC, no sentido de
que ela possa fazer com que o Projeto funcione, e a FASC também diz que já está
envidando esforços para que o Projeto possa funcionar; só que nada funciona. E
nós estamos aguardando que a FASC e a Prefeitura Municipal, num todo, possam
envidar esforços, no sentido de que a Frente de Trabalho Voluntário - é o
espírito do qual estamos falando aqui - não dê de graça, mas faça com que as
pessoas possam trabalhar no sentido de receber cestas básicas durante algum
tempo, para que possam ganhar força, enquanto estão desempregadas, para que possam
realmente ir procurar o seu emprego, retomando as suas vidas.
Então,
acho que está, realmente, faltando um pouco mais de atenção de parte de alguns
setores da Prefeitura Municipal, a fim de que, em vez de simplesmente se ficar
na distribuição - coisa que nós realmente criticamos e sabemos que não dá certo
-, possa haver um programa que faça com que a população ganhe um conteúdo
maior, a fim de que a própria pessoa possa fazer frente às suas dificuldades. E
é exatamente dentro disso que a gente está trabalhando. Eu sei que a Verª Maria
Luíza também faz um trabalho de assistência social muito bom, mas, realmente,
eu acho que essa é a necessidade que a gente tem. É claro, não vamos deixar que
ninguém morra de fome, temos que alcançar o alimento, para que ninguém morra de
fome, mas temos, também, a obrigação, como Poder Público, de fazer com que haja
uma orientação, para que a pessoa possa encontrar os seus próprios caminhos.
Dito
isso, entro no tema que eu gostaria de abordar desde o início. Quero aplaudir o
atual Secretário de Segurança Pública, que está trabalhando num anteprojeto - e
hoje houve um encontro com a Governadora -, no sentido de fazer com que a
Assembléia Legislativa e todo o Estado possam discutir o Projeto da Lei Seca, a
chamada Lei Seca. A Lei Seca seria a oportunidade de os bares, durante quinta,
sexta e sábado, não venderem bebidas alcoólicas depois de uma determinada hora,
praticamente na madrugada, para evitar que os nossos jovens aumentem essas
estatísticas tão lamentáveis dos finais de semana, com uma quantidade imensa de
acidentes, a maioria ocorrendo exatamente por causa de bebidas alcoólicas.
Eu
acredito que, se todos nós pudéssemos trabalhar a fim de que essa legislação
pudesse ser aprovada, Ver. João Dib, nós estaríamos dando uma grande
contribuição para a sociedade.
Um
dos argumentos surgidos, Ver. Goulart, foi o de que nós estaríamos espantando
os turistas, se nós aprovássemos um Projeto como esse, da Lei Seca. Ora, eu
duvido que os turistas venham para o Rio Grande do Sul para consumir bebidas
alcoólicas durante a madrugada. Eu até estava falando com um companheiro aqui,
dando um exemplo, dizendo que a única viagem que eu fiz para fora do nosso País
- além da Argentina, do Uruguai, do Paraguai, dos países próximos - foi a Miami
e Orlando. E eu me lembro de que, em Orlando, que é, talvez, a cidade mais
turística dos Estados Unidos, cidade dos grandes parques, a atração turística
maior daquele povo, depois das dez horas da noite - não é depois da meia-noite,
não! -, não se consegue mais entrar num restaurante para tomar uma cerveja! Não
se vendem, Ver. João Dib, bebidas alcoólicas lá em Orlando, depois das dez
horas da noite.
Ora,
temos o exemplo aqui de Diadema, em São Paulo, onde, simplesmente pelo controle
da venda das bebidas alcoólicas, nós tivemos uma redução acentuada no número de
homicídios.
E
aí, aqueles que defendem a não-interrupção do fornecimento de bebidas
alcoólicas dizem o seguinte: “Não, mas lá é diferente, e não foi por causa
disso”. Mas por que não podemos fazer um teste aqui no Rio Grande do Sul, uma
vez que, cada vez mais, nós estamos alarmados diante da estatística de mortes
no trânsito e diante, também, dos homicídios que acontecem muito mais, é claro,
nos finais de semana?
Acho
que realmente vale a pena fazer uma tentativa. Eu acho que o que não pode
acontecer é nós ficarmos dizendo simplesmente que isso não dá certo, para
impedir que uma ação maior possa ser efetuada. Acho que, se nós não conseguimos
acertar, até agora, alguma coisa, alguma medida que possa pelo menos diminuir o
número de mortes, principalmente de jovens, em acidentes, em brigas, em
homicídios, em geral, principalmente nos finais de semana, vale a pena tentar
fazer com que um projeto como esse que está sendo oferecido - atualmente é um
anteprojeto, mas vai se transformar num Projeto; tenho certeza de que a
Assembléia vai discutir isso - possa ser aprovado para que, quem sabe, a gente
possa ter uma juventude mais saudável e um Estado que progrida mais. Se Deus
quiser, nós vamos conseguir isso!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Passamos
à
(06 oradores/10 minutos/com aparte)
5ª SESSÃO
PROC.
Nº 6192/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 016/07, que dispõe
sobre as Diretrizes Orçamentárias para 2008 e dá outras providências.
Com Emenda nº 01.
PROC.
Nº 6195/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 017/07, que altera a
Lei nº 9.814, de 29 de agosto de 2005, alterada pela Lei nº 10.064, de 10 de
outubro de 2006, que dispõe sobre o Plano Plurianual 2006-2009 e dá outras
providências.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A
Verª Maristela Maffei está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
(Pausa.) Ausente. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Pauta Especial.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, de imediato, eu digo que vou usar cinco minutos da
Pauta Especial, e proporia aos meus demais Pares que estão inscritos que também
utilizassem apenas cinco minutos.
Hoje
é o penúltimo dia; quarta-feira, até as 18 horas, nós estaremos aceitando
emendas de populares - 300 populares com Título de Eleitor ou três entidades
representativas da comunidade. Portanto, quarta-feira, às 18 horas.
Na
Lei de Diretrizes Orçamentárias, nós podemos dizer que mais ou menos se prevê
um Orçamento, para o próximo ano, de 2,8 ou 2,7 bilhões de reais.
Eu
estive verificando o que ocorre este ano com a arrecadação até o mês de julho.
A proposta orçamentária era de uma arrecadação de 2 bilhões, 675 milhões e 348
mil reais. Até julho, foi arrecadado
1 bilhão, 386 milhões e 760 mil reais, representando 51,83% da previsão. Para
que houvesse um equilíbrio, uma tranqüilidade, nós deveríamos ter 58,33%. É
verdade que, em dezembro, a arrecadação aumenta mais, mas eu não sei se vai chegar
na previsão feita pelo exercício. A Receita, portanto, foi de 1 bilhão e 386
milhões; e a Despesa foi de 1 bilhão, 493 milhões e 878 mil reais - 7,72% a
mais do que foi arrecadado. O IPTU está previsto em 198 milhões e 750 mil
reais; arrecadou 104 milhões e 905 mil - arrecadou 52%, e tenho dúvidas de que
chegue aos 198 milhões. Quanto ao ITBI, esse sim, arrecadou acima da média:
61,2%, arrecadando 55 milhões e 430 mil. O ISSQN, que é uma verba garantida - e
nós fizemos aqui um Projeto dando prêmios para os fazendários, se as receitas
fossem superadas - , de uma previsão de 329 milhões e 61 mil reais, 185 milhões
foram arrecadados, totalizando 56,33%. O SUS: previsão de 328 milhões e 662
mil; até julho deste ano, 189 milhões e 685 mil, tendo arrecadado 57,7%;
portanto, abaixo da média prevista. ICM - este vai assustar: 368 milhões era a
previsão, e foram arrecadados 190 milhões, em números redondos, fazendo com que
51,75% fossem arrecadados. E, no Fundo de Participação dos Municípios, em que
todos os anos a previsão orçamentária era superada, a previsão foi de 80
milhões e 885 mil; e foram arrecadados, em números redondos, 45 milhões 296
mil, 56%. E o DMAE, que sempre deu superávit, com uma previsão orçamentária de
341 milhões, em números redondos, havia arrecadado, até julho, 170 milhões de
reais; portanto, quase 50%, mas o ideal seria que arrecadasse 58,33%.
Portanto,
nós temos que nos preocupar é com a execução orçamentária; não é fazer emendas,
emendas e mais emendas. Eu acho que nós precisamos cuidar da fiscalização da
execução orçamentária; esse é o ponto nevrálgico para todos nós, os 36
Vereadores.
Agora
eu quero falar de uma satisfação que eu tive, quando eu fiz uma pergunta em
vários locais: “Se nós tivermos três Portais na Cidade, como é que nós faremos
um camelódromo na Praça Rui
Barbosa?” Ninguém me respondeu. Hoje os jornais me deram a resposta: haverá um
quarto portal na Praça Rui Barbosa. Então, eu perguntava certo; eu ainda
conheço alguma coisa de transporte coletivo desta Cidade, que eu palmilhei
metro a metro, estabeleci os itinerários das empresas, na sua maioria. Eu ainda
conheço um pouquinho; eles precisam do quarto portal da Cidade, porque, senão,
não vai dar. Não está previsto no Plano Plurianual porque é uma verba
extraorçamentária, que se pretende adquirir em empréstimo, no valor de 240
milhões; não sei se, com esse novo Portal, não vai ser um pouquinho mais. De
qualquer forma, eu sou grato pela atenção que me dispensaram, pedindo saúde e
PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O
SR. CARLOS TODESCHINI:
Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores e
assistentes do Canal 16, TVCâmara, quero começar o assunto por onde o Ver. João
Dib terminou: com essa história dos Portais,
acho que não devemos nem gastar tempo, porque isso é coisa que não se cria;
isso foi feito só para gastar com projeto. O trânsito na Cidade está um caos.
Enquanto se discute um assunto que não tem importância, significado, que é um
desperdício de dinheiro, deixa-se de fazer aquilo que deve ser feito, que é
engenharia de mobilidade urbana: estudar, tomar medidas, gerenciar. Não, o que
se faz é multar, e com o beneplácito da grande imprensa, porque a grande
imprensa, em outros momentos, atacava, dia e noite, a Administração Popular,
alegando o uso da indústria da multa. Agora, multiplicaram-se as lombadas
eletrônicas, multiplicaram-se os “pardais”, multiplicaram-se as multas. Houve
até um deputado que se elegeu com a história do “pardal faturador”. E quando se
anda pelo Rio Grande pode-se observar que o número de “pardais” triplicou. E,
no entanto, aqueles colunistas que gostavam de atacar, agora mantêm o mais
absoluto silêncio. Vá até Caxias para ver; vá até a Serra; vá a qualquer região
do Estado - pode-se ver que, nas estradas estaduais, nunca houve tantos
controladores de velocidade, e com a finalidade de arrecadação, sim, porque é
um em cima do outro.
O Sr. Alceu Brasinha: Eu não sei
quem é. Qual é o nome dele, Vereador?
Eu vou me dedicar à questão da Pauta Especial, a
LDO, porque, no ano passado, há exatamente um ano, nós aprovamos, aqui, nesta
Casa - aliás, com o voto contrário da Bancada do Partido dos Trabalhadores, da Frente Popular -, uma gratificação
especial para arrecadação de tributos, uma gratificação que variou de 600 a 6
mil reais. A promessa de resultado seria o retorno extraordinário de tributos
municipais, Ver. Adeli. E o que se vê é que a arrecadação continua caindo, não
houve mudança de tendências, não houve alteração, não houve incremento, conforme
foi prometido aqui. Então, por que aquele gasto na época? O Projeto de Lei foi
aprovado, contra o voto do PT, em agosto, retroativo a janeiro; todos os
fiscais, todos os funcionários da Fazenda receberam a gratificação retroativa a
janeiro, o que significou até 25 mil reais para cada funcionário. Mas nós vemos
o quê? Arrecadação em queda! O Ver. João Dib mostrava há pouco: o DMAE, já no
sétimo mês de arrecadação, não chegou a arrecadar 50% do que devia. É bom que
se diga, inclusive, que os meses de janeiro, fevereiro e março são os meses de
maior arrecadação; de agora até o final do ano, tanto no DMAE quanto na
Administração Centralizada, a arrecadação tende a diminuir. Por quê? Porque não
há aquele incentivo de pagamento dos tributos com desconto em dezembro e
janeiro, fevereiro, março; porque os meses de maior consumo de água são também
os meses de janeiro, fevereiro e março. E o que nós vemos é um encolhimento das
receitas!
De
outro lado, nós estamos aqui recebendo peças fantasiosas, Ver. Marcelo, do
Orçamento. Nos três anos, foram enviadas para cá peças com o orçamento para
investimento aproximado em 300 milhões de reais ao ano; no entanto, o que se vê
de investimentos não chega a 82 milhões de reais, 84 milhões, nenhum deles
chega a 90 milhões. Nós temos, na verdade, cerca de um terço, apenas, daquilo
que chega aqui em proposta orçamentária, realmente liquidado, ou seja,
realizado. Então, as peças que estão
vindo aqui são completamente fantasiosas, e há, sim, uma preocupação enorme
nossa, porque o quadro apresentado é de que há uma tendência significativa de
queda de previsão orçamentária para os futuros anos, para a próxima década. E
as medidas que o Governo tomou, as medidas aqui aprovadas, algumas por
consenso, e outras por maioria - inclusive algumas contra o nosso voto -, elas
não só não surtiram efeito nenhum, como o resultado tem sido de desacumulação,
o resultado tem sido negativo. E, de mais a mais, o Plurianual também traz,
embutidas, outras coisas que são completamente inexplicáveis, por exemplo, a
ampliação da rede de esgoto, como meta fixada para 2008, de 2.500 metros. Ora,
o DMAE está recebendo ingresso e aprovando os projetos tanto do Programa
Integrado Socioambiental como do Programa para Tratamento de Esgotos da Zona
Norte da Cidade. Só o Pisa, só
na Restinga, significará mais de 80 quilômetros de esgoto. Então, como é que é
essa história de 2,5 quilômetros de esgoto, na Peça que vem para a Câmara, se
ainda há os serviços ordinários rotineiros e da programação própria que o DMAE
deve fazer, além dos esgotos que o DEMHAB faz nos seus empreendimentos, que
devem somar mais uma quantia expressiva? Então, não dá para entender esses
números, porque são números completamente insustentáveis. Afinal, queremos
saber o que o Governo quer dizer com isso. O mesmo acontece com os
investimentos nas obras de drenagem, sobre os quais não veio nada de claro, nas
obras que devem ser aplicadas pelo DEP, quais são as definições, os
cronogramas, e para obras importantes como, por exemplo, o pôlder de proteção da
Vila Minuano; como, por exemplo, o sistema de proteção da região da Vila Santa
Terezinha e aqui no bairro Santana, e muitas outras situações que podem ser
debeladas, porque são críticas, muito críticas de alagamentos ou de enchentes
na Cidade.
Temos
um outro conjunto de questões também como, por exemplo, na Entrada da Cidade,
para onde está previsto pavimentar 200 metros de vias. Ora, isso é uma rua numa
quadra! E nós estamos aprovando leis orçamentárias, Ver. Guilherme, que tratam
desse assunto. E por que não falar dos números da Habitação, que, por mais que
o Ver. Brasinha se esforce, representando o Governo, não consegue fechar nunca
o número e a conta da lógica? Afinal, o que nós estamos fazendo aqui? E não é o
primeiro, nem o segundo, nem o terceiro. No ano passado, aqui, o Ver.
Comassetto levantou uma denúncia de que os números orçamentários não fechavam:
de 9,2 bilhões de reais, valor que veio para Orçamento Plurianual, acabou se
resumindo em 7,9 bilhões de reais. Por quê? Porque o Governo havia errado as
contas. E assim vai: erra a conta na Saúde, na Habitação, no Saneamento, no
Conduto Forçado, e assim vai. E como fica?
O
Sr. Guilherme Barbosa: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu tenho estudado também esse
documento do Executivo Municipal e já disse da tribuna que é difícil a gente
levar a sério o documento. Veja que, nessa questão da Habitação, que V. Exª
colocou, é avaliada e colocada como se fosse atividade da Prefeitura Municipal,
do DEMHAB as iniciativas, os condomínios residências populares do PAR -
Programa de Arrendamento Residencial -, que é uma iniciativa do Governo
Federal, através da Caixa Econômica Federal.
Hoje
mesmo, nos jornais, está a divulgação de que o DEMHAB continua esperando
inscrição para o novo PAR, ali no bairro Humaitá. Mas isso é uma iniciativa
quase que total, digamos assim, 99% do Governo Federal, através da Caixa
Econômica Federal, em que o DEMHAB apenas faz a inscrição das pessoas. Mas isso
é considerado pelo DEMHAB como se fosse imóvel do DEMHAB. Quer dizer, não dá
para aceitar, é “prática do chupim”. Obrigado.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado,
Ver. Guilherme. Exatamente, agradeço a contribuição e concordo com ela, porque
o PAR é um excelente Programa que foi reorientado, revitalizado; é um Programa
que atende a política da Caixa Econômica, e com a parceria da iniciativa
privada, em que o papel do DEMHAB é apenas cadastrar e selecionar as famílias
pelo perfil socioeconômico. Isso não é obra do DEMHAB, é uma obra do conjunto
da sociedade brasileira, e, fundamentalmente, pelo Programa da Caixa Econômica
e pela coragem e eficiência de alguns empresários empreendedores, isso é muito
bom, isso cria situações extremamente desejáveis.
E,
por último, uma coisa é certa: gasta-se demais em propaganda, gasta-se demais
em consultoria, e o resultado é quase nada, ou nenhum, melhor dizendo.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A
Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
(Pausa.) Desiste. O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para discutir a
Pauta Especial.
O
SR. MARCELO DANÉRIS: Verª
Maria Celeste, Presidente da Câmara e dos trabalhos; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; público que nos acompanha
aqui e pela TVCâmara, nós estamos, há uns dez dias, debatendo o Plano
Plurianual, que trata do projeto que a atual Gestão tem para a Cidade, durante
os seus quatro anos de administração, e debatendo a Lei de Diretrizes
Orçamentárias, que, como diz o título, dá a medida, as diretrizes do que vai
ser gasto e como vai ser gasto o Orçamento para 2008.
Nesse
sentido, este Vereador tem insistido em alguns dados que são importantes, para
que tenhamos uma noção geral do que está sendo debatido ou proposto pela
Governança Fogaça. Um dos elementos diz que nós teremos investimentos na ordem,
para 2007, de 310 milhões de reais, quando, na verdade, nem bem chegou a 100
milhões de reais, já em setembro de 2007, o que nos leva a debater se essa Lei
de Diretrizes Orçamentárias, assim como o Plano Plurianual, não é, na verdade,
uma peça de ficção comparativa aos números e ao que já foi executado pela
Governança Fogaça. Eu tenho dado, desde a semana passada, o exemplo da Saúde,
para a qual havia sido determinado, na verdade, 16 milhões de reais em
investimentos para cidade de Porto Alegre. Não estamos falando de todo o
investimento em Saúde para a cidade de Porto Alegre, foi o que ficou definido
para investimento do total de Orçamento para cidade de Porto Alegre. Desses 16
milhões de reais, até final de julho deste ano, foram aplicados apenas 993 mil
reais em Saúde. Mas a publicidade, que tinha previsto em torno de sete milhões
de reais em gastos, já gastou, até agosto de 2007, 14 milhões e 100 mil reais.
Diante desses dados, e com a responsabilidade de quem tem que discutir e
aprovar uma Lei de Diretrizes Orçamentárias, assim como o Plano Plurianual, eu
estou apresentando, Ver. Dib, uma Emenda à LDO que diz o seguinte (Lê.):
“Inclui parágrafo único no art. 2º na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2008,
com a seguinte redação: Parágrafo Único - As despesas com serviços de
Propaganda, serviços de Publicidade Legal, serviços de Publicidade
Institucional e serviços de Publicidade de Utilidade Pública não poderão
exceder 0,3% do total da Receita Corrente Líquida do Orçamento Consolidado”. O
que significa isso? Que nós vamos manter a média, Ver. Todeschini, do que já
foi gasto pela própria Administração Fogaça, que gastou em torno de sete
milhões de reais em publicidade nos dois primeiros anos da sua Gestão, que é
mais ou menos o que se precisa; não é uma campanha contra a publicidade, ou
para que o Governo não deva fazer propaganda do que está realizando, e que não
há uma publicidade legal e uma publicidade necessária. Agora, não é razoável
que, em agosto deste ano, já tenham sido gastos 14 milhões de reais, com uma
previsão de chegar a 20 milhões de reais até o final do ano; a Saúde tem, para
investimento, 16 milhões de reais - menos que a publicidade -, e gastou apenas
990 mil reais; isso é um desrespeito, inclusive, com a saúde do porto-alegrense.
Portanto, nós estamos apresentando essa Emenda, Ver. Guilherme Barbosa.
O
Sr. Guilherme Barbosa: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Marcelo, não sei se V.
Exª reparou, hoje, que, no jornal Correio do Povo, havia um anúncio - se eu não
me engano, na capa do Correio do Povo -, de que o jornal estaria apresentando,
nos próximos dias, inclusive hoje, um encarte sobre o Orçamento Participativo.
Eu acho muito bom isso; aliás, seria uma nova marca do Correio, por apresentar encartes.
Qual não é minha surpresa, quando vejo, lá dentro, com quatro páginas, um
encarte pago pela Prefeitura de Porto Alegre; uma fortuna, quatro páginas,
durante, se não me engano, quatro dias ou cinco, mas, no mínimo, quatro dias,
no jornal Correio do Povo. Obrigado.
O
SR. MARCELO DANÉRIS: Nós
damos total apoio ao Orçamento Participativo, à divulgação do Orçamento
Participativo, mas para um Governo que, das 335 demandas do Orçamento
Participativo de 2005 e 2006, realizou apenas 29 até agora; para um Orçamento Participativo que, em 2004, teve 28 mil pessoas
presentes - e hoje o Governo
comemora, porque teve 14 mil, a sua maior marca durante o Governo -, e gasta
fortunas para fazer encartes nos jornais, mas não respeita a decisão popular...
Então, evidentemente, isso aí demonstra o perfil deste Governo.
Mas eu quero discutir, Ver. Dib, é o seguinte:
apesar de já estar encaminhado, ter muita coisa andando, o Hospital da Restinga
foi retirado das metas do Plano Plurianual; foi retirado, Ver. Dib.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Marcelo Danéris, eu gostaria de
dizer a V. Exª que a Administração atual realizou muitas obras daqueles 28 mil
solicitantes que V. Exª falou, desde 1996, 1997, 1998, 1999, 2002; obras
prometidas e não realizadas foram realizadas no primeiro ano da Administração
José Fogaça.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Ver. Dib eu
lhe contraponho com um pequeno dado: de todas as obras, durante os 16 anos de
responsabilidade da Administração Popular, decidida pelo Orçamento
Participativo, a Administração Popular realizou 93% do total das obras
decididas. A Administração Fogaça, do total de obras decididas sobre o seu
Governo, realizou 8%. Acho que isso já dá a medida de responsabilidade e
respeito com a decisão popular que nos diferencia.
Mas eu quero falar das coisas que foram
compromissos e promessas da própria Governança Fogaça. Na pág. 10, Ver. Dib,
deste pequeno remendo ao Plano Plurianual, de 200 páginas - das quais muitas
estão em branco, talvez por falta de idéia, como V. Exª mesmo destacou -,
consta lá, Ver. Sebenelo: “Hospital Geral da Restinga. Metas para 2006, 2007,
2008 e 2009”. No Plurianual, do remendo do ano passado, havia, para 2007, a
construção do hospital; a meta era de um prédio, porque a unidade admitida é o
prédio, um prédio em 2007; obviamente eles não fizeram o prédio em 2007; quem
sabe eles vão fazer em 2008, quando acabar o seu Governo? Mas parece que a
Governança Fogaça esqueceu de colocar o Hospital da Restinga, Ver. Dib, na tentativa
de defender o Governo Fogaça.
O Sr. João Antonio Dib: Ver. Marcelo
Danéris, o Hospital da Restinga, V. Exª sabe muito bem, será fruto de um
convênio que vem sendo tratado desde a Administração passada.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Exatamente. A
Administração passada deixou um convênio já “amarrado” com o Hospital Moinhos
de Vento, deixou o terreno separado, discutiu e aprovou com a comunidade e não
venceu as eleições, venceu a Governança Fogaça, que assumiu, e, dois anos e
oito meses depois, o Plurianual, que já deveria ter sido aprovado em 2005, vem
com remendinho, Ver. Sebenelo, e o Hospital da Restinga sumiu do Plurianual;
mas não é nem isto que o Ver. Dib está falando - que “ficou”. Tudo bem, ficou. Quem sabe houve problemas? Quem sabe
vamos fazer no ano que vem? Quem sabe tem algum compromisso com a Saúde? Não há
problema que possa ocorrer ao longo deste caminho. Construir um hospital não é
coisa fácil; não estou aqui advogando que se faça da noite para o dia, mas este
Governo está aí há dois anos e oito meses - vai completar quatro anos até o
final do ano que vem -, e não colocou a construção do Hospital da Restinga no
seu Plano de Metas Plurianual!
Ver. Sebenelo, a Câmara
de Vereadores faz o que com isso? Este Vereador está apresentando a seguinte
Emenda (Lê.): “Art. 1º: Fica alterada a meta vinculada
pela ação 431 do Plano Plurianual do quadriênio 2006 a 2009, de 'zero’
para ‘um’, no cronograma do ano de 2008, disposta no anexo de Programas
Finalísticos (pág. 10) correspondente à implantação do Hospital Geral da
Restinga, localizado em área contígua à Escola Estadual de Educação Básica Ildo
Meneghetti. Sala das Sessões, 03 de setembro de 2007. Vereador Marcelo Danéris.
Bancada do PT”. Estou apresentando Emenda para corrigir esse pequeno “esquecimento” da
Governança Fogaça, que esqueceu de colocar, entre suas metas para cumprir uma
de suas promessas, a construção do Hospital da Restinga. Algumas pessoas dirão
que a Prefeitura não vai construir sozinha. Não estou dizendo isso, o Plano
Plurianual tem que colocar aqui como meta; se a Prefeitura vai captar recurso,
se vai fazer convênio, se vai fazer parceria com o Ministério da Saúde, se vai
buscar parceiros privados, tudo isto é válido. Agora, tem que estar nas metas
da Prefeitura construir o Hospital da Restinga. Já que não investe na Saúde,
investe muito em propaganda, que, pelo menos, cumpra parte da sua promessa e
entregue para a população de Porto Alegre o Hospital da Restinga.
Então, estamos garantindo isso a partir de uma
Emenda que, espero, seja aprovada pela Câmara de Vereadores. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada, Ver. Marcelo.
Temos a seguinte
informação (Lê.): “Informamos que os Vereadores Aldacir Oliboni e Carlos
Comassetto estarão representando esta Câmara Municipal na reunião da Comissão
de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia na Assembléia Legislativa
do RS. O evento será realizado no dia 03 de setembro, às 14h30min, na
Assembléia Legislativa, nesta Capital. Atenciosamente, Verª Maria Celeste,
Presidência”.
O Ver. João Carlos Nedel
está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Ilustre Presidenta, Verª Maria Celeste;
Vereadores e Vereadoras, estamos discutindo a Lei de Diretrizes Orçamentárias
e, também, uma alteração no Plano Plurianual. Eu gostaria de ficar, basicamente, na Lei de Diretrizes
Orçamentárias e dizer da minha grande preocupação, Ver. Brasinha, com o fato de
que os Vereadores do Partido dos Trabalhadores vêM aqui, só criticam, criticam,
criticam, parece que não há nada de bom. Falam em números, números, mas a Lei
de Diretrizes Orçamentárias não tem um valor referente a números; são
diretrizes, metas, e eles falam em valores. Eu não estou entendendo.
Vejam:
o Ver. Todeschini veio aqui e falou em trânsito, que não está fácil. Muito bem,
até concordo. E aí, qual a solução? A questão dos Portais é uma alternativa; se vai se realizar ou não, é uma meta,
é uma previsão, já está sendo iniciada a construção de um - junto com o
camelódromo -, que será uma grande estação em Porto Alegre, na tentativa de
resolver o problema do trânsito, na tentativa de resolver a grande rodoviária,
que é a Av. Sen. Salgado Filho. Então, estão tomando medidas.
Eu
sou Vereador há 10 anos. Durante oito anos, eu fiquei batalhando no sentido de
resolver o problema da Av. Sen. Salgado Filho. E a Administração, dita popular,
nunca tomou uma medida para resolver o problema da grande rodoviária da Av.
Sen. Salgado Filho, da grande poluição na Av. Sen. Salgado Filho. Agora que se
está aventando fazer o Projeto, o que acontece? Crítica, crítica, e crítica. O
que querem?
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos Nedel, esta é
a meta da oposição: nada está bom, nunca está bom; sempre está ruim. Eu quero
dizer que a Av. Sen. Salgado Filho é uma rodoviária a céu aberto. Eu acho que
agora, sim, vão resolver. A questão dos Portais
da Cidade vai ser resolvida, porque não dá para agüentar a situação da Av. Sen.
Salgado Filho. Obrigado, Vereador.
O
Sr. Adeli Sell: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.)
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ver.
Adeli, eu tenho certeza de que V. Exª será um otimista. Chega de pessimismo!
Foi muito tempo de pessimismo, e eu tenho certeza de que V. Exª será um
otimista.
O
Sr. Adeli Sell: Em
primeiro lugar, não sou daquela oposição rancorosa, como eu vejo hoje em nível
nacional, que acha que nada está bem. Eu também não sou daquela oposição
rancorosa - do quanto pior melhor -, que deseja a desgraça para Porto Alegre.
Essa oposição eu já conheci no passado. Nós somos propositivos, nós queremos,
sim, resolver o problema da Av. Sen. Salgado Filho com um projeto viável; nós
queremos discutir o transporte coletivo de massas sobre trilhos, só que, com
relação aos Portais, V. Exª sabe
que um portal no Zumbi dos Palmares, trazendo os ônibus da Av. Protásio Alves,
é uma loucura total e absoluta. Mas nós temos que dialogar, porque V. Exª tem
conhecimento da Cidade. O Ver. João Dib já foi Secretário dos Transportes e
sabe que lá é inviável, que não é possível. Mas nós estamos prontos para
discutir.
Eu
quero fazer um desafio ao Ver. Brasinha: que o Ver. Elói, da sua Bancada, chame
um debate na Comissão de Urbanismo, na CUTHAB, e eu estou disposto a ir lá e
levar comigo assessores técnicos para demonstrar que a questão dos Portais é um equívoco.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL:
Meus parabéns. V. Exª ao menos quer discutir; isso é muito bom, não está
detonando previamente.
Mas,
Ver. João Dib, foi falado aqui que a nossa arrecadação está diminuindo. Até
pode ser; isso, para nós, é de extrema preocupação. Agora, que medidas, que
posições nós vamos tomar para inverter essa tendência de baixa na arrecadação?
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos Nedel, quem
levantou o problema de diminuição da Receita da Prefeitura foi este Vereador.
Na realidade, a Prefeitura, nos sete primeiros meses, arrecadou 1 milhão e 386
mil reais, em números redondos, e gastou 1 milhão e 493 mil. Portanto, gastou
7,7% a mais do que arrecadou, e é por isso que eu disse que os Vereadores, ao
invés de fazerem emendas, emendas e mais emendas, críticas, críticas e mais
críticas, fizessem o acompanhamento da execução orçamentária, e aí, então, nós
estaríamos melhor aparelhados para ajudar a Cidade.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL:
Obrigado, Ver. João Antonio Dib.
O
Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos Nedel,
primeiramente, muito obrigado por conceder um aparte. Eu quero dizer que o Ver.
Adeli tem algumas posições que eu admiro, porque é um Vereador que se preocupa,
sem dúvida nenhuma, com alguns segmentos da nossa Cidade. Então, fica aqui,
Ver. Adeli Sell, o meu reconhecimento.
A
respeito dos Portais da Cidade, Vereador, sinceramente, nós vamos ter que
retomar essa discussão com a comunidade, para que essa iniciativa possa trazer
benefícios à Cidade. Para isso, a Cidade tem que participar dessa discussão.
Sou grato a Vossa Excelência.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Concordo
com Vossa Excelência.
Foi
dito aqui que está previsto o asfaltamento de 200 metros no ano que vem. Eu
estou lendo, na página 14, que serão cinco mil metros de construção e
pavimentação de vias urbanas. E quero dizer também que, neste ano, já foram
pavimentados e repavimentados 17 quilômetros de vias em Porto Alegre. Nunca foi
feito tanto! Vejam a Av. Independência, a Rua Mostardeiro, que tinham aquelas
costeletas, e durante anos, anos e anos permaneceu assim. Era brincadeira! Hoje
está um tapete! A Av. Borges de Medeiros está lá; a Av. Azenha está lá; a
própria Av. Loureiro da Silva, aqui nos nossos olhos. Então, temos que enxergar
o que realmente está ocorrendo.
Ouvi
o Ver. Marcelo Danéris falar em propaganda. Ver. João Antonio Dib, nós, que
estamos aqui há um bom tempo, ora, falar em propaganda? Quem? Gastavam 13
milhões por ano em propaganda, e o Vereador vem aqui e não fica nem vermelho!
Que coisa séria! A Administração anterior fazia meia coisa e divulgava cinco.
Hoje nós estamos fazendo cinco e divulgando meia.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Ver. João Carlos Nedel, V. Exª falou da propaganda que eles faziam, o Cidade
Viva. Eu costumava ver a propaganda, que passava, simultaneamente, em todos os
canais de televisão. Mas o Governo do Prefeito Fogaça passou um bom tempo sem
ter propaganda. Agora que o Prefeito está fazendo a sua propaganda, está sendo
combatido a todo minuto.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Pois é! Falaram aqui do PAR. Efetivamente, o DEMHAB
faz o cadastramento, a análise, uma série de coisas, mas, se não for isso, não
sai o PAR, ele tem que cumprir a legislação Municipal. Então, o PAR é um
Programa da Caixa Federal? Sim, e a Caixa Federal é de todos, não é deste ou
daquele Governo, é de todos, é um patrimônio do nosso País, não é de um Governo
ou de outro. Há quanto tempo existe a Caixa? Então é um Programa de
Arrendamento Residencial espetacular, muito bom, a grande saída, e, na área da
Habitação, só na Entrada da Cidade, vamos construir 637 habitações, e estão
previstas, se sair a Vila Dique e Nazaré, que já está no final dos acertos,
mais de duas mil residências. Então - puxa vida! -, vamos olhar com olhos mais
adequados e mais otimistas. Chega de pessimismo!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. João Carlos
Nedel.
Apregôo a Emenda nº 02, de autoria do Ver. Marcelo Danéris, ao PLE nº
016/07, (Lê.) “Limita os gastos com publicidade na Lei de Diretrizes
Orçamentárias de 2008. “Art. 1º - Inclui parágrafo único no art. 2º da Lei de
Diretrizes Orçamentárias de 2008, com a seguinte redação: Parágrafo Único: As
despesas com Serviços de Propaganda, Serviços de Publicidade Legal, Serviços de
Publicidade Institucional e Serviços de Publicidade de Utilidade Pública não poderão
exceder a 0,3% (três décimos por cento) do total da Receita Corrente Líquida do
Orçamento consolidado. Bancada do PT. Vereador Marcelo Danéris”.
Apregôo a Emenda nº 01, de autoria do Ver. Marcelo Danéris, ao PLE nº
017/07, (Lê.) “Altera meta vinculada pela ação 431 do Anexo Finalístico do
Plano Plurianual correspondente ao quadriênio de 2006 a 2009 de zero para um do
ano de 2008 da lei 9814, de 29 de agosto de 2005, alterada pela Lei nº 10.064
de 10 de outubro de 2006. Art. 1º - Fica alterada a meta vinculada pela ação
431 do Plano Plurianual do quadriênio 2006 a 2009, de zero para um no
cronograma do ano de 2008, disposta no Anexo de Programas Finalísticos (pág.
10) correspondente à implantação do Hospital Geral da Restinga, localizado em
área contígua à Escola Estadual de Educação Básica Ildo Meneghetti. Bancada do
PT. Assina o Ver. Marcelo Danéris”.
O Ver. Guilherme Barbosa está com apalavra para
discutir a Pauta Especial.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Srª
Presidenta, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, demais pessoas que nos
acompanham, é uma pena que o Ver. João Carlos Nedel precisou sair do plenário,
mas eu gostaria de dizer a ele que a democracia precisa da oposição, e é tarefa
da oposição analisar criticamente o Governo que está no Poder. Eu estranho que
ele não goste disso. Isso é importante, e a democracia precisa disso. Nós nunca
nos queixamos da oposição; pelo contrário, só quando achávamos que a crítica
não era correta. Tudo bem, mas não por fazer crítica. Isso faz parte do
Parlamento e da tarefa, e a democracia assim exige.
Em segundo lugar, quem deveria ficar vermelho,
quando fala em publicidade, é o próprio Ver. Nedel, porque, se ele diz que nós
gastamos - eu acho que foi um ano excepcional - 13 milhões, é preciso que ele
explique aqui como é que, até o dia 31 de julho deste ano, a atual
Administração já gastou mais de 14 milhões. Isso é o que tem que ser explicado,
Ver. Brasinha. O próprio Prefeito Fogaça já gastou, até o dia 31 de julho, mais
de 14 milhões de reais, que é muito mais do que o ano todo. Talvez aquela
pesquisa tenha deixado o Prefeito muito impactado, já que a pesquisa da revista
Voto mostrou que 30% da Cidade não conhecia o Prefeito.
Hoje, Ver. João Dib, nos jornais, no Correio do
Povo, não é uma propaganda ou uma divulgação, o que nós fazíamos bastante, para
chamar as pessoas para as reuniões do Orçamento Participativo. A reuniões já
passaram. Foi no começo do
ano! A Prefeitura está fazendo uma simples propaganda do processo e da sua
própria Administração: encartes no jornal Correio do Povo durante quatro dias;
um encarte com quatro páginas. Então, isso tem que ser explicado. E quem tem
que ficar vermelho é o Ver. Nedel, não nós, porque, embora a oposição achasse
que era exagerado, nós gastávamos menos do que está sendo gasto agora. Muito
menos! Então, não somos nós que teremos que ficar vermelhos.
Com
relação à questão da habitação popular - e eu tenho feito comentários, tenho
avaliado, tenho buscado números oficiais trazidos pelo DEMHAB -, eu tenho três
documentos do DEMHAB sobre o mesmo tema. Os três documentos têm números e
informações diferentes. Num deles, um erro de soma faz desaparecer mais de
1.200 habitações. É difícil fazer desaparecer uma casa, mas o DEMHAB, no
somatório, conseguiu fazer desaparecer mais de 1.200. E os três documentos,
repito, têm informações diferentes. O PAR, “esse grande problema criado na
primeira Administração do Presidente Lula”, é praticamente todo gerenciado pela
Caixa Econômica Federal. O empresário da construção civil procura a Caixa
Federal, procura um terreno, faz o projeto, aprova o projeto na Caixa e,
depois, faz a comercialização, através da Caixa Econômica Federal, direto com o
comprador, que vai pagando uma mensalidade. Depois, se a pessoa resolver pagar
a casa, essas prestações já valem como parcela de pagamento do imóvel. É
verdade que a ajuda da Prefeitura para buscar os mutuários é necessária, mas
essa é a única participação da Prefeitura. É desonesto, não é correto dizer e
contabilizar como se fosse uma iniciativa do DEMHAB. Se, no seu texto,
estivesse expresso que, além daquilo que produziu, também participou do
Processo PAR - Programa de Arrendamento Residencial -, estaria correto, pois
foi um trabalho feito, mas é 1% do trabalho feito, e registra como se fosse
seu. Isso é o que está errado, Ver. Brasinha. Da mesma forma, seria errado se
nós contabilizássemos aquelas casas de emergência, que são aquelas pequenas
unidades de 3 metros por 3 metros, feitas de compensado, com uma porta e uma
janela, criadas na nossa Administração para salvar as pessoas cujas casas
caíram dentro de arroio, desabaram, etc. Mas nós nunca contabilizamos uma
unidade dessas como sendo, Ver. Dib, a solução habitacional. Tudo está escrito
nos documentos oficiais do DEMHAB, e são 700. Dos números que eles colocam como
tendo resolvido o problema, são 700 - isso é considerado moradia pela atual
administração do DEMHAB e pelo Prefeito Fogaça.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Fomos
nós que criamos, com orgulho.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: V.
Exª não ouviu ou está longe, pensando em outra coisa. Ver. Brasinha, isso é
para uma situação de emergência, como a palavra diz, até que a pessoa tenha uma
moradia definitiva, decente, com água, com energia elétrica, com esgoto
pluvial, pavimentação. E isso é importante, deve ser feito para salvar as
pessoas num momento de crise, de emergência; mas não se pode contar isso como
uma solução habitacional. Isso é que rebaixa a situação da nossa política
habitacional em Porto Alegre - essa é a questão. Deve-se continuar fazendo,
sim, mas não se pode contar como se isso fosse solução.
E
também o Ver. Nedel saiu, porque eu acho que ele ainda não viu que esta Pauta
Especial tem dois temas: a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o Plano
Plurianual. Eu acho que ele só leu um. Penso que ele ainda não percebeu que nós
estamos discutindo isso. Estamos discutindo o documento enviado pelo Prefeito
José Fogaça a esta Casa, e eu acho que ele ainda não viu, ficou tão fechado,
que ainda não viu que isso faz parte da discussão da Pauta Especial.
Então,
voltando ao documento, na página 161, tem a Ação 782. Administração Geral do
DMLU. Diz assim: (Lê.) “Descrição: - coisa importante - centralizar as ações
voltadas à manutenção dos órgãos, em especial às ações de programação e
controle orçamentário - Ver. Dib -, patrimonial, de materiais e de recursos
humanos”. Então, foi colocado que o DMLU ia
tentar modificar o seu gerenciamento, melhorando a condição do órgão. Sabem
quanto foi feito em 2006? Zero! Quanto está sendo feito em 2007? Zero! A programação
para 2008: zero! A programação para 2009: zero! A primeira pergunta: por que
está aqui, se é tudo zero? Depois, por que foi pensada, inicialmente, uma ação
importante para qualificar gerencialmente o Departamento, e nada foi feito?
Talvez explique essa confusão do DMLU até agora, que está no terceiro
diretor-geral; o primeiro saiu com uma grande suspeita, o Prefeito o tirou em
meio a uma grande celeuma sobre uma licitação com muita suspeita, e ele saiu
acusando o Prefeito de que tinha se submetido à “gangue” das empresas do lixo.
Não sei quem estava com a razão, mas qualquer um que tivesse razão, seria uma
coisa muito séria. E, depois, o Sr. Garipô recebeu um CC maravilhoso na
PROCEMPA. Então, ele tinha razão? Se ele tinha razão, ele disse que o Prefeito
se submeteu à “gangue” do lixo; mas, se ele não tinha razão, por que ele
recebeu um CC? Até agora, não entendi isso, Ver. Dib. Quem sabe V. Exª, com a
experiência que tem, consiga me explicar isso. Essa história do DMLU fede!
E,
há pouco, nós vimos que o DMLU, que ainda tem uma empresa contratada, abriu
mão, aceitou que essa empresa diminuísse em 25% o seu trabalho; contratou outra
empresa, emergencialmente, que cobrava um valor maior do que a outra, e a coisa
continua complicada. Eu já disse aqui: na Rua Landell de Moura, onde eu moro,
no último sábado, o lixo, que era para ser coletado às 9 da manhã, foi coletado
na madrugada do domingo! Então, todo o mundo sabe o que aconteceu. Os cachorros
que passaram por lá espalharam o lixo pela rua inteira. E tem nova licitação! E
há outra coincidência, Ver. Adeli, eu não sei se V. Exª consegue explicar como
é que, recentemente, todos os contratos, como o do Instituto Sollus e assim por
diante, ou são do Rio de Janeiro ou de São Paulo. Vereador Brasinha, V. Exª,
que é da base do Governo, talvez consiga me explicar isso. As empresas que
ganharam a licitação do lixo são do Rio e de São Paulo; o Instituto Sollus é de
São Paulo; as consultorias contratadas são de São Paulo. Há alguma coisa muito
estranha no ar.
(Manifestação
do Ver. Brasinha fora do microfone. Inaudível.)
O
SR. GUILHERME BARBOSA: O
lixo, eles tiraram na madrugada do domingo. Eu não sei se descobriram que eu
moro lá, eu não sei se é só na minha rua; seria muito ruim isso, não é? Eu até
acho que não chega a tanto, até porque eu não sou tão importante, mas aconteceu
isso que eu estou dizendo. Os colegas lembram que eu disse, várias vezes, que a
hora de passar o lixeiro é às 9 horas - e não houve nenhum aviso para mudar de
horário -, mas passa ao meio-dia, às 3 da tarde, às 6 da tarde. E, por duas
vezes, já aconteceu - eu falei aqui -, foram buscados os sacos de lixo na
madrugada do dia seguinte. Mas isso talvez se explique: o investimento, a
alocação de recursos é zero. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada,
Ver. Guilherme Barbosa.
O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª
Presidente, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores, toda a vez, nessas
últimas três legislaturas, em que havia a LDO, ou Plano Plurianual, ou a Lei
Orçamentária, propriamente dita, durante 16 anos, nós descobrimos um carimbo da
Administração do Partido dos Trabalhadores, em que a questão dos investimentos
escandalizava. Por causa do investimento, Ver. Dr. Raul, investia-se na Porto
Alegre virtual, na Porto Alegre da televisão, na Porto Alegre em que se pegavam
asseclas do PT e os colocavam na televisão, dizendo maravilhas de um governo
que nós não víamos; não havia a coincidência entre a realidade a aquilo que se
via na televisão. Era a fantasia, era a utopia, com uma distância fantástica...
O SR. ADELI SELL (Questão de Ordem): O Vereador não
está se atendo à Pauta.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Com uma
distância fantástica... Eu estou apenas tentando responder ao que foi dito
aqui. Eu ouvi, atentamente, a fúria irada da Bancada do Partido dos
Trabalhadores, no sentido de que, se qualquer ponto isolado de Porto Alegre
tiver qualquer problema, a culpa é sempre do Prefeito. E nós, que temos, hoje,
um Orçamento que vai, mais ou menos, para o ano que vem, ser de 2,8 bilhões de
reais, em volta disso ou um pouco mais, vemos que o crescimento dos problemas
da Cidade e das necessidades acumuladas durante tanto tempo está a exigir, no próximo ano, um esforço de contenção
ainda maior e, muitas vezes, uma diminuição até dos investimentos para se poder
compatibilizar Despesa e Receita e, principalmente, para fazer um processo de
intenção dentro daquilo que está escrito na Lei de Diretrizes Orçamentárias,
especialmente saindo da unidade “real” e passando para percentuais ou para
outras unidades, já que, muitas vezes, os percentuais mostram a intenção de
crescimento. Mas não basta só o crescimento; a única coisa que vai valer nesse
processo é, indiscutivelmente, o processo de atendimento à população, que
necessita de alguns investimentos que são primaciais.
Na
área da Saúde, nós necessitamos, quase que pungentemente, aumentar o número de
Programas de Saúde da Família, e nós vemos as possibilidades muito ligadas à
vontade política e à intenção do Ministério da Saúde em relação a essa questão.
Está explícita, na área da Saúde, a intenção do crescimento, mas não está
implícito se isso terá o aval e, necessariamente, o investimento do Ministério
da Saúde. Nós, que recebemos o Município com 54 Programas de Saúde da Família,
hoje estamos com 85, faltando, inclusive, a solução momentânea das questões
contratuais, mas parece que agora vão ser resolvidas. E, principalmente,
achamos que, quanto mais se investir em Programas de Saúde da Família, mais nós
vamos esvaziar os nossos hospitais.
Por
outro lado, a questão dos postos de saúde e seu povoamento por equipes
multidisciplinares, a questão dos postos de saúde e sua manutenção, a questão
dos postos de saúde e seu provimento, inclusive de medicamentos, também tem uma
dependência direta, mesmo que o Orçamento da Saúde, que ficava, no ano passado,
entre 300 milhões e 350 milhões, passe a beirar agora os 500 milhões.
Então,
a questão do investimento é definitiva, mas também é necessário, é fundamental
que haja esse aporte, porque há um encadeamento Ministério da Saúde, Governo do
Estado e Governo do Município. Mesmo que haja um percentual importante de
investimento na área da Saúde, em que tivemos percentuais de 16%, 17%, 18% - e
já estávamos em 23% do Orçamento da Prefeitura, do todo aplicado na área da
Saúde -, nós precisamos aumentá-lo cada vez mais, na medida em que temos, além
da herança difícil, dificuldades maiores ainda nos cortes orçamentários, inclusive
nas formas de não preencher e justificar como Saúde o processo alimentar, e,
muitas vezes, ser desviada a CPMF da Saúde para outras finalidades, muitas
delas sociais.
Mas
o que nós necessitamos é que a Saúde seja vista como uma meta que é imprescindível,
que é programa de Governo; vontade política de melhorar as condições terríveis
que nós temos como, por exemplo, no Hospital Conceição, onde a Emergência do
Grupo Hospitalar, hoje, no chamado “famigerado 1º D”, deixa mais de cem pessoas sem nenhuma possibilidade de
baixa, pessoas que têm a sua vida terminando e sem chance nenhuma - zero chance
- de obter um leito hospitalar. Nós precisamos de leitos hospitalares por não
termos prevenção, por não termos uma medicina de ponta, em que a rotatividade dos
leitos que existem seja mais rápida, o turnover seja mais rápido. Então,
nós precisamos de duas coisas fundamentais: de prevenção e de tecnologia de
ponta. As duas encontram-se muito distantes do ideal, porque estamos fazendo um
pequeno número de prevenção nos postos de saúde. Na área da Saúde...
O
SR. ADELI SELL (Questão de Ordem): Eu
vou insistir, Vereadora, que o Vereador continua fora da Pauta, discutindo
outro tema; não está no tema da Pauta Especial.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Eu
estou falando da área da Saúde, dos investimentos na área da Saúde, e isso é
tema da Pauta.
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Por favor, Vereadores. Prossiga, Ver. Claudio Sebenelo.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: A
questão do cotovelo é difícil; é dor de cotovelo.
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Sem provocações, por favor. O seu tempo está esgotando.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Eu
quero usar todo o meu tempo exatamente na questão do Programa de Saúde da
Família, onde a prevenção que é feita é muito pequena para as necessidades. E a
questão de leitos hospitalares, área em que tem que haver investimento, também
está longe por estabelecimento de um teto e questões de tecnologia de ponta,
cujo investimento é pequeno também. A Lei de Diretrizes Orçamentárias está inserida
num contexto maior, que é o contexto federal, e nós sabemos que tem cortes de
verbas especialmente nessa área.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Claudio Sebenelo. Encerrada a
discussão da Pauta Especial.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 5346/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 069/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que concede o Prêmio
“Construtor da Paz” ao General-de-Exército Carlos Alberto Pinto Silva, na
categoria pessoa física.
PROC.
Nº 5839/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 073/07, de autoria do Ver. Ervino Besson, que concede o título
honorífico de Líder Comunitária à Irmã Zoleima Maria Perondi.
PROC.
Nº 2652/07 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 017/07, de autoria do
Ver. Dr. Raul, que cria o Conselho Municipal de Planejamento Familiar –
Complafam -, estabelece suas competências e sua composição e dá outras
providências.
3ª SESSÃO
PROC. Nº 5760/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 237/06, de autoria da Verª Clênia Maranhão, que concede “in
memoriam” ao Dr. Lenine Nequete o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto
Alegre.
PROC. Nº 0440/07 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 007/07, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que dispões sobre a
dotação de praças e parques do Município de Porto Alegre com equipamentos como recipientes para o depósito de resíduos
sólidos, placas de informação e de advertência, identificadores de vegetais e
protetores de vegetais, dentre outros, e dá outras providências.
PROC. Nº 4782/07 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 152/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que torna obrigatória, nas
fachadas externas e nas divisórias internas das agências e dos postos de
serviços bancários, no Município de Porto Alegre, a instalação de vidros
laminados resistentes a impactos e a disparos de arma de fogo.
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): o Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a
Pauta.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, vou ser
breve, muito breve, para ver se nós conseguimos entrar na Ordem do Dia. Eu
tenho muito tempo de Câmara e, honestamente, nunca vi o Prêmio Construtor da
Paz, mais um prêmio que nós temos aqui.
O
outro Projeto de Lei, em 1ª Sessão de Pauta, do Ver. Dr. Raul, cria o Conselho
Municipal de Planejamento Familiar. Tudo que possa ser feito para que haja
planejamento familiar merece o nosso aplauso. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. João Antonio Dib.
A
Verª Maristela Maffei está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)
Ausente. O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.
(Pausa.) O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.
(Pausa.) A Verª Maria Luiza está com a palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. MARIA LUIZA:
Boa-tarde. Ao cumprimentar a Presidenta, Verª Maristela Meneghetti, cumprimento
todos os Vereadores e Vereadoras; público aqui presente; nossos
telespectadores. Venho a esta tribuna trazer algumas considerações a respeito
de um Projeto de minha autoria, que tramita em 3ª Sessão de Pauta, que torna
obrigatório, nas fachadas externas e nas divisórias internas das agências e dos
postos de serviços bancários do Município de Porto Alegre, a instalação de
vidros laminados, resistentes a impactos e a disparos de armas de fogo. Quero
dizer que o principal objetivo desse Projeto de Lei, de minha autoria, é o de
proteger vidas humanas, quer sejam de funcionários de agências e de postos
bancários ou de clientes das mesmas.
Segundo
informação estatística do CPC/BM - Comando de Policiamento da Capital, da
Brigada Militar, esses assaltos ocorrem entre 9h e 10h da manhã e após às 16h
até às 19h. Nesse horário da manhã, ocorre o abastecimento de dinheiro nas
agências bancárias, e, no horário da tarde, após o fechamento ao público, as
agências fazem o fechamento de caixas e providenciam o recolhimento de
numerário para o Banco Central.
O
Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maria Luiza, eu quero
dizer a V. Exª que nós vamos ter de analisar esse Projeto com muita
profundidade, porque, quando V. Exª traz um Projeto a esta Casa, e sabedores
que somos que V. Exª é esposa de um oficial da Brigada, nós temos que
estudá-lo, sim, com muita profundidade. É um Projeto que trará, sem dúvida
nenhuma, maior segurança a essas pessoas expostas ao público. Tem pessoas que
são assassinadas brutalmente, e, com este Projeto, haverá mais proteção para os
usuários dessas casas. Parabenizo Vossa Excelência.
A
SRA. MARIA LUIZA: Obrigada.
Agradeço o aparte.
A
vulnerabilidade da segurança bancária compromete as pessoas, especialmente
nesses horários, os que antecedem e sucedem o período de expediente externo dos
bancos. Ainda, o serviço prestado pelo segurança, o vigilante, se dá apenas no
horário de expediente externo; depois, existe uma grande vulnerabilidade a
ações de delinqüentes.
Esse
Projeto busca estabelecer um maior grau de segurança aos funcionários, aos
clientes das agências e aos transeuntes que circulam na via pública; estabelece
que todas as agências, postos bancários e salas de serviços ligadas às agências
terão que, obrigatoriamente, efetuar a troca dos vidros simples por vidros
especiais, em todas as suas fachadas, conforme o que estabelecem as normas que
regulam os procedimentos de segurança, sem, no entanto, ferir os dispositivos
previstos no Código de Edificações de Porto Alegre - Lei Complementar n° 284,
de 27 de outubro de 1992. Esses vidros deverão estar dentro das especificações
da Portaria n° 13, do Exército Brasileiro, que define, combinada com normas
internacionais, as especificações e a qualidade dos materiais. A Portaria n°
13, do Departamento de Logística do Exército Brasileiro, tipifica vidros
veiculares e arquitetônicos e baseia-se em índices de proteção balística,
seguindo as normas adotadas pela legislação internacional.
Na
regra americana, o vidro especial tem que suportar o impacto de um projétil de
um fuzil AK-47, com velocidade de 838 metros por segundo e energia cinética de
3.406 joules. Logo, diante da importância deste Projeto para toda a população
de Porto Alegre, eu espero sensibilizar todos os Vereadores, e espero que, após
o Poder Executivo sancionar a presente Lei, ela assegure um futuro melhor e com
mais segurança a todos nós, porto-alegrenses. Muito obrigada a todos.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Verª Maria Luiza.
O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN:
Exma Srª Verª Maristela Meneghetti, M.D.
Presidenta da Sessão de hoje; nobres Vereadores e Vereadoras; público que nos assiste,
em 1ª Sessão na Pauta de hoje, temos três Projetos, aos quais quero fazer
breves referências. Pelo Projeto que cria o Conselho Municipal de Planejamento
Familiar, quero parabenizar o autor, o nobre Vereador Dr. Raul. É um Projeto
que realmente vem em benefício da coletividade termos um Conselho que realmente
faça com que as políticas de controle e planejamento familiar sejam obedecidas.
Eu acho que, dentro desse contexto, o controle familiar, o controle de
nascimentos talvez seja o mais importante, e podemos chegar a uma política
aceita pela universalidade das nossas religiões e executá-la, porque temos
meios de combater nascimentos indiscriminados de filhos, principalmente na
classe excluída, desde que a comunidade seja suficientemente aculturada para
isso, seja ensinada, seja informada a respeito desse controle. Eu acho que,
dentro desse Conselho Municipal de Planejamento Familiar, há outros benefícios,
também, pelos quais louvo a atitude do nobre colega.
Temos
aqui o Projeto que concede o Título Honorífico de Líder Comunitária à Irmã
Zoleima Maria Perondi - pela qual tenho um carinho muito grande -, parente de
um amigo da família Perondi, do Deputado Federal e do Emídio Perondi, que era
Presidente da Federação.
Eu
quero agradecer a Verª Maria Luiza, que concede o Prêmio Construtor da Paz,
porque eu não tinha como fazer a homenagem a esse General de Exército que
comandou, durante dois anos, o Comando Militar do Sul, um comando sereno, um
comando afável, sempre presente aqui na nossa Câmara de Vereadores toda vez que
era convidado, que era solicitado. O General Carlos Alberto Pinto Silva deixou
marcas na sociedade porto-alegrense, com a sua fidalguia, com o seu espírito.
Então, acho muito justa esta homenagem que Porto Alegre vai prestar, realmente,
a um construtor da paz, que realmente prima pelo cumprimento da hierarquia, da
disciplina, pelo cumprimento das leis. E, se nós cumprirmos as leis, com
certeza, nós estamos contribuindo de uma maneira eficaz e primordial para a
construção da paz. A paz só não é possível, quando as leis não são cumpridas ou
não podem ser cumpridas. Então, eu quero também agradecer, em nome da família
militar, a Verª Maria Luiza por essa condescendência de V. Exª a esse grande
líder do Exército Brasileiro da atualidade.
Sobre
o Projeto, também da Verª Maria Luiza, que dispõe sobre a blindagem das
fachadas externas e divisórias internas das agências e postos bancários,
também, com certeza, quero dizer que V. Exª terá o meu apoio, porque é
importante tudo aquilo que possamos fazer para defender o ser humano, por menor
que seja a contribuição, principalmente em agências bancárias, e o custo, com
certeza, não será empecilho, devido à alta lucratividade que esta atual
República está patrocinando para todo e qualquer banqueiro, seja de banco
social, seja de banco privado. Isso não haverá de ser obstáculo para que os
bancos, para que as agências tomem providências, porque isso, realmente, faz
com que, de uma forma ou de outra, em um contexto ou em um outro contexto,
possamos salvar vidas humanas, sim. Uma arma disparada dentro da agência pode
atingir, hoje, alguém que esteja perambulando na calçada, do lado de fora, e
vice-versa; principalmente aquele atendente, o caixa que está ali, que, de
repente, em um tiroteio, pode ser atingido.
Então,
parabéns à nobre Vereadora, e os Democratas, com certeza, nessa luta pela
integridade, pela recuperação da cidadania, da liberdade de ir e vir - já
concluo, nobre Vereadora - estaremos ajudando na aprovação deste Projeto. Muito
obrigado, nobre Vereadora.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. José Ismael Heinen.
O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª
Presidenta, Srs. Vereadores, eu gostaria de me reportar a um Projeto que
apresentei na Casa, que dispõe sobre a dotação de praças e parques do Município
de Porto Alegre com equipamentos, com recipientes para o depósito de resíduos
sólidos, placas de informação e de advertência, identificadores de vegetais e
protetores de vegetais, dentre outros, e dá outras providências.
Nós,
quando vamos, por exemplo, ao restaurante Barranco, na subida da Av. Protásio
Alves, vemos a conservação das árvores e a beleza e contribuição, no verão, com
sombras frondosas e a informação a todos os clientes do restaurante do nome das
árvores, o nome popular e seus nomes científicos. Este é um exemplo do que
deveria ter em todos os parques, desde a plantação até quando a árvore chega a
um tamanho respeitável. Nós achamos que o nome das árvores tem toda uma relação
com o processo cultural, tem toda uma relação com a classificação das árvores
e, principalmente, a classificação já tão antiga de Linnaeus, que trouxe para o
mundo o conhecimento da reprodução, e, principalmente, do aproveitamento da
árvore pelo ser humano, desde morada, alimentação, até a proteção da radiação
solar.
Isso
vem à tona, quando nós vemos a necessidade de que nossas praças e parques não
só tenham essa informação, mas que essas árvores tenham proteção, os seus
canteiros, gramados, floreiras, contra a depredação, e, principalmente, no
momento em que é necessária a iluminação, no momento em que é necessário regar
- a parte de água e de zeladoria. Nós vemos que é fundamental a educação da
nossa população em relação aos depósitos sólidos, em relação ao carinho que se
deve ter com as árvores, e, especialmente, com as árvores que servem de moradia
aos animais domésticos, como moradia da passarada, da microfauna e da
microflora que ficam em volta das grandes árvores, e, especialmente, em relação
à limpeza dos nossos parques.
Nós
vemos, nas praças que foram adotadas, um cuidado maior; e essa adoção e
informação fazem com que as praças passem a ter uma freqüência maior, e, toda a
vez que um logradouro público tiver uma freqüência maior, ele estará imunizado
em relação à invasão e ao uso inadequado desses locais, que seriam da
coletividade, seriam da comunidade. Então, a presença da comunidade é fundamental,
e, para atrair essa comunidade, para fins de educação, e, principalmente, de
identificação da flora e fauna, macro e micro, que estão dentro das praças,
este Projeto visa exatamente a isso. Como sabemos, inclusive, isso interfere
até nos gastos, mas os ganhos são tão grandes, que os gastos passam a ser
insignificantes, e nós temos certeza de que, aos poucos, nossas praças vão ter
o aspecto sonhado por todos nós, aspecto, esse sim, que também é fundamental na
atração das pessoas à praça, e, principalmente, pela beleza que representa uma
natureza bem cuidada, incentivada e respeitada pelos munícipes que precisam usufruir
da praça, também é necessário dar-lhe condições mínimas de cuidado, inclusive
com recipientes para depósito de lixo, para a sua revitalização e, por fim, um
cuidado tal com as árvores, com toda a sua produção a favor do ser humano, mas,
principalmente, a favor do bem-estar da própria vegetação que, para nós, é
decisiva no uso dos nossos parques e praças.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta. Ausente.
O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.)
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Excelentíssima
Srª Presidenta, Maristela Meneghetti, na pessoa de V. Exª, quero saudar os
demais Vereadores e Vereadoras desta Casa, público que nos assiste nas
galerias, na TV Câmara, senhoras e senhores. Venho a esta tribuna, hoje, no
período de Pauta, para comentar, especificamente, o PLL nº 152/07 - inclusive
fazer uma analogia a um Projeto de minha autoria, que diz respeito ao sistema
financeiro, ao sistema bancário, assunto sobre o qual participei de um debate,
juntamente com o Ver. Adeli e com o Deputado Raul Carrion.
Este Projeto da Verª Maria Luiza torna obrigatória,
nas fachadas externas, divisórias internas nas agências e nos postos bancários
do Município, a instalação de vidros laminados resistentes a impactos e
disparos de armas de fogo. Eu quero dizer que hoje, quando estava no banco, pela
manhã, fiquei reticente ao ver que ali chegaram os carros-fortes; já não saí de
dentro da agência. Preferi aguardar um pouquinho, porque, realmente, depois do
que ocorreu e do que a gente tem acompanhado, aquele momento em que o
carro-forte sai ou chega ao banco com o dinheiro é um momento vulnerável para
as pessoas que estão ali. Eu estava saindo do banco e pensei em ficar perto da
porta giratória, que é à prova de bala; o resto não sei se é à prova de bala.
Eu tenho a impressão de que o sistema financeiro,
hoje, no Brasil, é o sistema que mais lucra e que menos oferece segurança. Nós
percebemos esta movimentação do sistema financeiro no sentido de não permitir
que seja obrigatória a instalação de câmeras de vídeo dentro das agências
bancárias, o que seria uma segurança para os clientes! Se o banco não tem
câmeras de vídeo, ele não está inibindo a ação do bandido, mas o sistema
financeiro brigou até a última instância, em Brasília, para não ser obrigatória
a colocação de câmera de vídeo nas agências. Perdeu; assim como perdeu, também,
o Projeto de Lei de minha autoria - quero resgatar, também, aqui, porque
o debate é em torno deste tema -, que reduziu o tempo de espera nas filas de
banco para 15min. Em Porto Alegre, hoje, é obrigatório atender aos clientes e à
comunidade porto-alegrense, dentro desse tempo estipulado, nas agências da
nossa Capital. Na verdade, este Vereador atualizou o Projeto de Lei do Ver.
Juarez Pinheiro, que estabelecia 30 e 45min.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Márcio Bins Ely, este seu Projeto foi
bom porque acabou com as filas. Quinze minutos é um tempo ótimo! Mas, também,
quero dizer que banco lucra muito e deve, sim, fazer a segurança do povo, dos
seus clientes. O banco cobra taxas para tudo, não dá nada de graça para ninguém
- e sabe cobrar muito bem! Acho que o senhor está certo, tem que bater nos
banqueiros!
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Obrigado,
Ver. Brasinha. Então, quero-me somar a este Projeto e entendo que este é um
investimento possível, que realmente não traz um grande custo.
Para concluir, Presidenta, eu queria dizer o
seguinte: se já temos a porta giratória, em princípio, à prova de balas, se nós
pudermos fazer uma proteção naquele vidro que faz a divisão da rua com a parte
interna da agência, já é mais uma segurança. Por que não? Quero dizer que vou
me somar a essa iniciativa, sim, defender este Projeto, que acho oportuno e
importante. E todas as
movimentações possíveis que puderem ser feitas no sentido de oferecer segurança
e, fundamentalmente, que digam a respeito a investimentos na área de Segurança,
tornando obrigatório ao sistema bancário e ao sistema financeiro o
aperfeiçoamento e a segurança da população, terá o apoio deste Vereador. E
quero dizer mais, nos lucros calculados percentualmente, no primeiro semestre
deste ano, dos bancos no Brasil, houve um aumento de 44% do seu capital. Qual o
setor, Ver. Brasinha, que lucra isso aí? A agricultura não lucra; a construção
civil não lucra; o comércio não lucra; ninguém tem esse lucro. Então, está na
hora, realmente, de nós iniciarmos, por aqui, quem sabe, com projetos de lei
que tornem obrigatório, no mínimo, a segurança das pessoas que são obrigadas a
irem às agências, porque, apesar da informática, do auto-atendimento, existem
operações, ainda, que são de cunho específico, e as pessoas têm que se dirigir
à agência bancária, têm que se socorrer do caixa do banco para realizar esse
tipo de operação. Essas são as minhas considerações na Pauta de hoje. Muito
obrigado, Srª Presidenta.
(Não
revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela
Meneghetti): Encerrada a discussão preliminar de Pauta.
O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
Vereadores,
Vereadoras, neste final de semana, o que aconteceu no Conduto Forçado Álvaro
Chaves? O que aconteceu? O buraco que ficou mais de quatro meses na Rua Dr.
Timóteo com a Av. Cristóvão Colombo foi fechado na sexta-feira, mas os canos
que acabaram de colocar estouraram, e, até às 2 horas da manhã, houve água
jorrando por todos os cantos. No sábado, continuava a jorrar água até às 15h;
só conseguiram minimizar a situação no final de sábado. O que está acontecendo
com essa obra? Querem que nós nos calemos diante disso? Querem que nós façamos
o que faz a maioria, subjugada ao que diz o Executivo? Nós mostramos aqui os
gastos que foram feitos equivocadamente - mudança de projeto - porque foram
submetidos a pressões daqui e dali e; mostramos por que ficaram três meses sem
tocar a obra, ali na Av. Cristóvão Colombo com a Rua Dr. Timóteo, porque uma
empresa particular não resolvia o problema da telefonia. São às multinacionais
que nós temos que nos submeter, ou é ao interesse coletivo do povo do Rio Grande
do Sul, do povo da Capital, que precisa circulação e transporte, que tem perdas
e danos, profundas perdas e danos, por seus estabelecimentos estarem perdendo
até 90% da sua clientela, como me foi informado num parqueamento, num
estacionamento na Dr. Timóteo? Será que não têm importância os botecos que
estão falindo, na Av. Baltazar de Oliveira Garcia, com crise que está o pequeno
comércio? Será que isso não é
importante se discutir nesta Casa? Pois eu digo que é muito importante, e nós
estamos aqui exatamente para cobrar essas e outras questões, para cobrar, por
exemplo, por que tanta badalação em torno do Plano Diretor, pelo Executivo,
anunciando que o Prefeito virá às 9h30min para esta Casa; virá o Secretário da
Municipalidade; virão os técnicos do Governo, e vão entregar o novo Plano
Diretor com a revisão feita pela Prefeitura, etc. e tal. Pois foram incapazes,
como são incompetentes, não só nesta questão, mas em todas as questões da
Cidade. Estão colocando, cada vez mais, a Saúde pública num caos, e agora são
incapazes de apresentar uma proposta de revisão do Plano Diretor nos vários
prazos que deram. Em julho, diziam que era na primeira semana de agosto;
depois, era na segunda quinzena; depois, hoje, dia 3 de setembro. Não será
amanhã, nem depois de amanhã, porque há contradição dentro do Governo. Afinal
de contas, o Prefeito Fogaça tem posição ou não tem posição? É a posição da SPM
que vale ou é a posição do Secretário Beto Moesch, que apresentou um Relatório
complementar, um outro Plano Diretor? Afinal de contas, isso é um Governo ou
são 12 governos?
Nós queremos apelar às
Bancadas da base do Governo que têm se rebelado aqui, Ver. Alceu Brasinha, que
não aceitem esse tipo de postura. Dialoguem com franqueza, com sensibilidade
conosco, que nós vamos começar a respeitar o Governo; caso contrário, não
seremos coniventes com essa situação. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de
Líder.
O
SR. LUIZ BRAZ: Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, o Ver.
Adeli Sell tem uma parte de razão, porque, afinal de contas, eu acredito que as
oposições devem ser ouvidas. Só que as oposições, quando o PT é Governo, nunca
são ouvidas. As oposições, quando o PT é Governo, são atropeladas. Mas eu
acredito que o Ver. Adeli Sell está correto quando diz que as oposições devem
ser ouvidas. Mas não devem ser ouvidas para, vaidosamente, querer assumir a
paternidade de tudo o que acontece dentro do Município! Qualquer verba que
venha para o Município, parece que sai do bolso do Lula para ser jogada aqui.
Parece que não são verbas públicas, parece que nós não estamos mexendo com o Orçamento que vem dos tributos, dos impostos, de tudo
aquilo que o povo paga, e paga regiamente, paga demais.
Ver. Brasinha, V. Exª
é um empresário bem sucedido, mas sabe quanto suor tem que rolar pelo rosto
para pagar todos os impostos, municipais, estaduais e federais, principalmente
os impostos federais. E aí, este dinheiro, quando vai para o caixa do Governo e
é transferido para cá para fazer casas, dizem: “Não, mas isso é do PT...”
Do PT, me desculpem,
foi o do “mensalão”, porque aquele foi surrupiado da população brasileira,
aquele que deveria estar sendo empregado lá para fazer obras, para dar saúde,
para dar um salário mais justo; esse foi para o bolso daqueles do “mensalão”, a
maioria é do PT, e foram condenados - pelo menos estão lá para serem
condenados; são quarenta! E, lamentavelmente, o Presidente que dizia que nada
sabia surge agora em cena para dizer que é solidário com os 40. Mas, se ele não
sabia nada, ele é solidário; mas é solidário com pessoas que roubaram a
população brasileira, pessoas que pegaram o dinheiro da população e levaram
para as contas do Duda Mendonça e deram para as campanhas do PT por este Brasil
afora, e até fora do Brasil! O Presidente da República é o Presidente de todos
nós, Ver. Sebenelo, o Presidente da República não pode ser o Presidente de um
Partido político; ele é o Presidente de todos os brasileiros - pelo menos
deveria ser, mas ele não é; ele vai e declara que está solidário com os 40
ladrões. Então ele está envolvido, pelo menos é o que se pensa, Ver. Ismael. E
aquele dinheiro que está sendo pago para aqueles falsos brasileiros, que, só
pelo fato de estarem na esquerda, acabaram surrupiando altos valores como
aposentadoria, lá daquela época de 1964? Será que esse dinheiro não poderia
estar servindo agora para fazermos uma melhor Previdência, para termos uma
melhor sociedade, para o Brasil estar progredindo, evoluindo? Eu não vejo
ninguém falar desse dinheiro. E olhem, são altos valores, são pessoas que estão
ganhando 18 mil, 20 mil; de 10 mil tem às pampas por aí, não é? O seu Petracco,
que é do PSB, que ninguém mais o defende aqui nesta Casa, ganha dez mil por
mês, mais um milhão e meio que recebeu diretamente. Meu Deus do céu! Esse é o
preço da democracia? Isso não é democracia; isso é ditadura, é crime! É
dinheiro do povo que está alimentando essa gente por aí, só porque, em 1964,
fizeram discursos contra os militares! Mas é tão fácil ganhar dinheiro assim? É
muito fácil. Claro que tem alguns que foram prejudicados, e esses que foram
prejudicados, por favor, que sejam ressarcidos, mas o que não pode é essa
montoeira de gente, só porque eram do PT ou de Partido de esquerda, receber
essas indenizações vergonhosas! Isso, sim, é roubo à Nação! Isso, sim, é que
deveria estar sendo explicado aqui, tintim por tintim, pela Bancada do PT, do
PCdoB, pelo PSB! Eu gostaria de ouvir essas explicações, mas eu não ouço, Ver.
João Dib, eu não ouço. Eu só ouço pessoas que vêm aqui e dizem que o Fogaça
deixou de fazer algo que eles não fizeram ao longo de 16 anos: Saúde. Colocaram
asfalto demais nas ruas, até onde não precisava, não é? Mas Saúde, nós não
tivemos aqui nesses 16 anos. Foi péssima a Saúde nesses 16 anos. Política de
pessoal? Péssima política de pessoal, não é? É claro que eu quero que a
oposição continue falando, e devemos ouvir, mas, por favor, sem vaidades excessivas
e sem essa demagogia que, afinal de contas, só estraga o debate. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o Ver. Adeli Sell tem um mérito, ele é um
dos primeiros a chegar ao plenário, se inscreve na Pauta Especial, que já
tivemos hoje, e também na Pauta comum; aí ele despende um pouco da suas
energias e fica mais tranqüilo. Hoje, ele não pode falar na Pauta Especial e
nem na Pauta comum. Acumulou todas as energias e, com muito vigor, tentou
defender o Presidente Lula. Já começou com a Av. Baltazar de Oliveira Garcia,
como se o Lula estivesse dando dinheiro para essa obra! Como se o Governo do
Estado não tivesse, depois, que pagar esse empréstimo do BNDES! Aí ele passou
para o ataque à Secretaria do Meio Ambiente. Ele esqueceu que o Presidente, que
ele defende com tanto ardor e com tanto vigor, contraria permanentemente a
Ministra Marina da Silva. E o Presidente Lula arrendou a Amazônia! Eu não
entendo como é que, quando acontece daquele lado, está tudo certo; quando fazem
aqui alguma coisa parecida, semelhante, ou bem feita, até, não está boa. Nada
para eles é bom, tudo é razão de crítica!
Com relação ao Conduto Forçado Álvaro Chaves, todo
o mundo sabe que os administradores políticos - apenas políticos ou
politiqueiros, se quiserem - não fazem implantação de esgoto cloacal, nem de
esgoto pluvial, porque é uma obra que incomoda todo o mundo, e sempre há os
descontentes como o Ver. Adeli Sell. Agora, não há dúvida nenhuma de que não se
poderia fechar a Av. Cristóvão Colombo e, depois de um mês, abri-la de novo,
para que os dutos da companhia telefônica - não sei qual delas - tivessem que
passar. Não há por que fazer isso aí. Se houvesse premência ou urgência para
isso, mas não há, não vai completar.
Agora, sobre o Plano Diretor, ele falou hoje, mas
esqueceu que, em 1996, mandaram aqui a revisão do Plano Diretor, aí retiraram.
Em 1997, mandaram a revisão do Plano Diretor, aí retiraram. Em 1998, mandaram;
em 1999, mandaram, aí nós aprovamos.
Depois, o Prefeito Verle mandou examinar as Áreas
de Interesse Cultural do Plano Diretor, foi debatido na Pauta, foi conversado, e
o Prefeito Verle retirou, não quiseram! Mas aí estava tudo certo, segundo o
Ver. Adeli Sell. O Prefeito marcou hoje para entregar e, para não fazer a mesma
coisa que fizeram no PT, bota, tira, tira, bota, não sei o quê, meu pezinho
aqui, meu pezinho ali, ele entendeu, por bem, não entregar no dia de hoje, vai
entregar algo que possa ser examinado com correção pela Câmara Municipal, e não
apenas objeto de críticas violentas, contundentes do nobre Vereador, que tinha
toda a sua energia acumulada e a descarregou numa Comunicação de Liderança.
Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Maristela Maffei está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, hoje eu
gostaria de falar sobre um tema e sobre uma fala da Secretária de Educação, que
segue literalmente a linha da Governadora Yeda Crusius. Aliás, ela se esqueceu
onde ela se formou. Hoje, ela segue a orientação da USP, que é a repetidora
daqueles que gostariam de ter, aqui, a ALCA. Nós sabemos o que significa a USP:
é o “tucano” e o “Demo”, que
protagonizam o caos internacional, trazendo-o para o nosso País. Mas, às vezes,
a gente “corta as asas” desse povo, o que é muito importante.
Eu
queria dizer, Ver. João Dib, que o Golpe Militar de 64 promoveu uma grande
devassa nas entidades sindicais comprometidas com a luta dos nossos
trabalhadores. Aproximadamente dez mil lideranças - falando em ditadura, Ver.
Luiz Braz -, cujo sangue entrou no solo desta Pátria; foram banidas. Até 1976,
as iniciativas tomadas para a reconstrução do sindicalismo brasileiro foram
duramente reprimidas. A partir de 1976, com a ditadura apresentando sinais de
desgaste, com o avanço do nível de consciência deste povo, retoma-se a
organização e a mobilização sindical das lutas populares, com o objetivo básico
de lutar por melhores salários, condições de trabalho, que desembocariam, pouco
depois, na crítica ao regime ditatorial. Crescia o movimento pela redemocratização,
e as greves do ABC Paulista, lideradas pelo atual Presidente Lula, trouxeram
novo alento. E isso, em especial, “alguns ventos, algumas asas e alguns bicos
tucanais” não agüentam - para rimar -, porque voltaram à cena esses
protagonistas fundamentais do modo de produção capitalista, ainda mais aqueles
operários que ocupavam lugar de destaque no coração do capitalismo do Brasil. A
luta do período, senhoras e senhores, todos nós sabemos, foi árdua, pelo
direito à participação nas correntes sindicais, nos Partidos políticos, nos
movimentos populares. Promulgava-se, então, a nova Constituição; e, no Brasil,
esse sindicalismo, essas lutas passam por um rico e profundo processo de
mudança. E a velha e autoritária legislação sindical, erguida desde o início da
década de 30, e que atravessou longos anos de diversas situações políticas sem
ser tocada, finalmente passa a ser alterada. Mesmo com a análise diferenciada,
há consenso entre as forças que atuam no meio sindical de que o texto aprovado
na Constituinte produziu uma grande reviravolta, em especial, o fim da tutela,
mesmo que limitada, do Estado sobre a organização dos trabalhadores, o direito à sindicalização, à
organização dos servidores públicos e o direito à manifestação de greve. Eis
que, em 2007, quase 20 anos ou mais, depois de promulgada esta Constituição
Federal, nós nos deparamos com essa postura autoritária, ditatorial e
retrógrada da Secretária de Educação, Mariza Abreu, que orientou as
coordenadorias regionais a identificarem, Srª Presidenta, professores e alunos
que participaram de manifestações, e participam, organizadas pelo CPERS, como
diz o jornal Zero Hora, na coluna da jornalista Rosane Oliveira: “Medidas
interpretadas como sinal de caça às bruxas”.
No
site do CPERS, encontramos a denúncia com o Memorando Circular nº
276/2007, se alguém tem dúvida, encaminhado às escolas pela 17ª Coordenadoria
de Educação, com sede em Santa Rosa, que comprova a perseguição política
imposta pela SEC e pelas Coordenadorias. Diz o documento, Srª Presidenta,
ditada e dita pela Secretária de Educação (Lê.): “Pelo presente, requeremos,
com urgência, até o dia 28.8.07, a relação dos nomes dos alunos, professores e
funcionários das escolas que se fizeram presentes no ato de protesto realizado
pelo CPERS-Sindicato no dia 09.8.07, em frente à 17ª CRE”. Diante de uma
atitude de desmando como essa, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, penso que
devemos nos somar às manifestação do CPERS, que entende que essa atitude causa
constrangimento às comunidades escolares e suas relações democráticas.
Defendemos o direito de manifestação. Se a Governadora e seus Secretários não
querem manifestações contra o seu Governo, que façam um governo para o povo
gaúcho, e não contra ele.
Terminarei
minha fala em relação a isso na próxima Sessão, quarta-feira. Agora, vir aqui
e, com todas as divergências que nós temos, dizer que o momento político é
ditatorial é, no mínimo, irresponsável; é, no mínimo, irresponsabilidade
política com a nossa Pátria democrática. Nós não vamos tolerar esse tipo de
falácia que fere e que sangra o coração de um povo libertário e democrático
como o povo brasileiro. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Srª
Presidenta, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores e público que nos assiste, quero, de antemão, dizer
que o Prefeito Fogaça sempre teve essa característica de reconhecimento. Em
todos os fóruns que ele foi, ele sempre fez questão de reconhecer a importância
das parecerias com o Governo Federal, com o Governo Estadual, e diz também
quando vêm recursos.
Quero
também dizer que o Prefeito Fogaça nunca, de público, de forma mais veemente,
colocou a questão dos déficits primários dos anos de 2002, 2003 e 2004, o que é
uma característica dele. Então, com relação à Av. Baltazar de Oliveira Garcia,
ele reconheceu, sim; com relação ao Socioambiental, reconheceu; também quanto à
questão do Aeroporto, das parcerias; a Escola Técnica Federal, que será
construída em Porto Alegre, tanto reconheceu, que, imediatamente,
disponibilizou uma área na Restinga para isso, porque entende que a política se
faz através daquilo que é o bem comum.
Agora,
ao mesmo tempo, temos que ter o cuidado para não entender que todas as ações
são feitas só de uma forma. É por isso que, muitas vezes, até no programa
Fantástico, de forma irônica, se diz que nunca se fez como neste País... E aí,
começa-se a fazer todo um desdobramento. Mais uma vez quer se inventar a roda.
Por isso, Ver. Adeli, que digo, por exemplo, que o Partido dos Trabalhadores
poderia reconhecer o déficit que existe para com o Governo Estadual em relação
às exportações; deveria reconhecer isso e deveria trabalhar para que esse
dinheiro retornasse ao nosso Rio Grande. Deveria, também, reconhecer e aplaudir
o Supremo, que, mais uma vez, agora, por decisão, provou para a sociedade que o
“mensalão” existiu, sim! Então, o PT tinha que reconhecer que, pela primeira
vez na história do nosso País, um Partido tentou comprar outros Partidos. E foi
isso que aconteceu!
(Aparte
anti-regimental do Ver. Carlos Todeschini.)
O
SR. PROFESSOR GARCIA: É,
começou em Minas, então vocês têm que vir aqui e dizer. E aí, qual é a
desculpa? “Não, nós somos mais éticos do que os éticos.” Ora, meus amigos! Não
se precisa falar em ética; ética é algo inerente à construção do ser humano.
Essa questão das construções de valores se trabalha dessa forma. Por isso é que
eu entendo que tem que reconhecer, e eu sempre digo: estende a mão e recebe com
a outra. E eu volto a dizer aquilo que eu já disse centenas de vezes: uma
parceria, para ser boa, tem que ser boa para ambas as partes. Todos que chegam
ao Governo dizem “e eu sou daqueles municipalistas”. Não. A vida acontece no
Município, só que, quando chegam ao Poder, se esquecem.
Por
que o Partido dos Trabalhadores não trabalha, por exemplo, para acabar com a
maior sem-vergonhice, que são as emendas parlamentares? Neste ano, são seis
milhões de reais por Parlamentar! Vamos acabar com isso, porque, aí, se faz
isonomia. E também deve reconhecer a autonomia do Supremo, que, sob pressão ou
não, colocou a formação de determinados segmentos dizendo que, pela primeira
vez na história do nosso País, um Partido tentou comprar outros Partidos, e
através de Receitas. Algum dinheiro passou por dentro do Governo e caiu num
banco lá em Minas Gerais.
Então,
eu quero dizer, senhoras e senhores, que, na realidade, nós temos que trabalhar
mais do que nunca pelo bem comum. Agora, não vamos tentar inventar a roda,
porque sabemos que a roda é redonda, e, a cada hora que nós vamos aplainá-la,
vemos que está ficando quadradinha. Ver. Adeli, respeitamos e sabemos muito bem
as posições e aquilo que tem vindo para o nosso Estado e para o nosso
Município. Muito obrigado, Srª Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Passamos
à
Conforme combinação da
Mesa com as Lideranças no dia de hoje, passamos à Reunião Conjunta para análise
do Parecer ao PR nº 042, que dispõe sobre a Comissão Especial do PDDUA.
Solicito ao Presidente da
Comissão de Constituição e Justiça, Ver. Nereu D'Avila, que assuma a
coordenação dos trabalhos. Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 18h28min.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni – às 19h24min): Estão reabertos os trabalhos.
Visivelmente não há quórum. Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 19h25min.)
* * * * *